O tucano admitiu que, a princípio, comemorou a medida divulgada pela petista em 6 de setembro último, em rede nacional. Contudo, disse ter percebido tratar-se de um “discurso demagógico e eleitoreiro” e feito “carnavalescamente e exibicionistamente”. “É mentira da presidente! Ela imitou o que o ex-presidente Lula da Silva fez quando a “marolinha” da crise econômica chegou e ele reduziu o IPI, lascando qualquer município porque isso baixou o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Fez festa com o chapéu alheio. A Dilma imita. Tem cidade de pires na mão, sem ter como honrar compromissos”, criticou.
Segundo Hugo, a redução foi anunciada sem qualquer acordo prévio com as empresas de distribuição de energia, que contabilizariam prejuízos da ordem de R$ 10 bilhões. As administrações estaduais também seriam afetadas com quedas na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Vamos ter sensatez. Não posso deixar de aplaudir tudo o que vier para baixar tarifa do que for, mas você casar com a noiva do outro sem avisar sequer à noiva? Vai ficar um rombo”, pontuou.
Ele destacou manifesto assinado por pensadores ligados ao Partido dos Trabalhadores publicado na edição de hoje do jornal Folha de São Paulo. O grupo diz no documento que tem “grande apreensão sobre as consequências que podem decorrer dessas alterações. Todos sabemos que não existe plano B para a energia elétrica. Eletricidade não tem substituto. Pior que quilowatt caro é a falta de energia que poderá ocorrer no futuro”.
Na opinião de Fernando Hugo, a decisão só deveria ser anunciada em 2015, com mudanças nos contratos com as empresas fornecedoras de energia. “Querer a simpatia popular ferindo estados, por diminuir o ICMS, e reduzindo o lucro das empresas - já grande, eu sei -, que não poderão investir em expansão? O PT mente e engana”, atacou.
BC/CG