O parlamentar afirmou que a sua condenação teria se baseado exclusivamente em uma denúncia publicada pelo jornal O Povo, a partir de um “embuste” feito pelo jornalista André Teixeira. De acordo com Carlomano, o repórter teria se passado por um paciente para ser atendido pela médica Magaly Marques, vereadora e irmã do deputado. André teria feito uma gravação clandestina, que foi entregue ao procurador da República, Alessander Sales, que ofereceu denúncia junto ao TRE.
Carlomano considerou que não poderia ser sequer acusado porque não há nenhuma evidência que o ligue ao fato de Magaly ter consultado o repórter. Conforme acrescentou, estava em campanha no interior do Estado quando o fato aconteceu. “O repórter, a quem eu perdoo de coração, declarou que nem mesmo havia me visto, quando se consultou com Magaly”. Para o peemedebista, André teria feito um embuste por conta própria, ou a mando do seu editor. “Eu sou médico e tenho por obrigação atender o paciente sob pena de omissão de socorro. Da mesma forma Magaly, se não atendesse o repórter, poderia ser punida”, pontuou o deputado.
Carlomano afirmou que André se disse digitador, pediu para ser medicado e solicitou um atestado médico declarando a sua enfermidade. “Ele estava gravando, se camuflou. Isso se configura crime, a não ser que estivesse sendo extorquido ou chantageado. Depois foi deixar a gravação nas mãos do procurador Alessander Sales”. Para Carlomano Marques, não há nenhuma prova material de que trocou um atestado médico por voto. “Eu nunca vi esse André, nem propus nenhuma negociata de voto.”
O deputado observou que hoje o Brasil todo “se rende às qualidades morais e intelectuais do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa”. Em uma declaração de voto, segundo Carlomano, Barbosa teria afirmado que a captação ilícita de votos não pode ser baseada em mera presunção, o que teria acontecido no seu caso. “E mesmo que Magaly tivesse pedido voto para mim, isso não seria motivo suficiente para eu ser cassado”, enfatizou.
Carlomano observou que obteve três mil votos a mais que o Professor Pinheiro (PT), o último a ser eleito pela coligação PMDB/PT/PSB. Desta forma, de acordo com os seus cálculos, seriam necessários 100 atestados médicos para mudar o resultado da eleição, se cada um dos supostos favorecidos tivesse conseguido 30 votos.
“Ele confessou que mentiu ao se camuflar para conseguir o atestado. Uma semente podre não pode gerar um fruto sadio. Ele que deveria ser condenado por ter cometido a fraude”, avaliou Carlomano, afirmando que luta pelo seu próprio direito, ao mesmo tempo em que está lutando pelo direito coletivo.
JS/AT