O parlamentar pedetista criticou a inauguração dos leitos hospitalares com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em abril deste ano, quando os equipamentos de saúde ainda não estavam prontos para receber pacientes.
“O errado aqui foi inaugurar e depois levar a chave para a casa”, afirmou. “Por que houve o ‘oba-oba’, se não estava pronto?”, questionou ainda. De acordo com ele, faltam médicos e equipamentos para o funcionamento das unidades de terapia intensiva.
Ferreira lamentou a morte de uma criança, que foi transferida de Sobral para Fortaleza na última semana por falta de leito de UTI pediátrica. “Fica a cobrança. Os responsáveis pela saúde inauguram e fecham. A gente não aguenta mais isso”, disse.
“Se não havia recursos garantidos, com certeza não poderia ser inaugurada”, disse em aparte a deputada Mirian Sobreira (PSB) sobre os leitos de UTI.
O deputado Welington Landim (PSB) se solidarizou com a família da criança morta e atribuiu o problema ao subfinanciamento da saúde pública que, segundo ele, “tem complicado a vida de todos os municípios”. De acordo com o deputado, o grande gargalo da saúde é a falta de recursos para assegurar a manutenção dos serviços.
O deputado Lula Morais (PCdoB) lamentou a morte da criança, mas ponderou que o Estado tem trabalhado para evitar esses casos. O parlamentar afirmou que a Santa Casa de Misericórdia de Sobral é o hospital pólo que mais recebe recursos no Estado, segundo informou o secretário da Saúde do Ceará, Arruda Bastos, e acrescentou ainda que a inauguração do Hospital Regional de Sobral, marcada para 18 de Janeiro de 2013, deve minimizar a carência de leitos de UTI em toda a região.
Durante o pronunciamento, o pedetista discursou ainda em prol dos servidores estaduais da saúde de nível médio e agentes de saúde, que protestavam nas galerias do Plenário 13 de Maio. Entre outras reivindicações, eles querem a reestruturação do plano de cargos, carreiras e salários. “Podem contar comigo. Onde estiver um servidor, estarei do lado”, discursou.
Em aparte, o deputado Antonio Carlos (PT) ponderou que o Estado tem avançado no atendimento de alta complexidade, mas deixa a desejar quando permite que os servidores de nível médio da saúde “passem por dificuldades”. “Vocês têm, da minha parte, todo apoio”, disse o petista.
DA/CG