O parlamentar respaldou seu discurso nas observações do articulista Gustavo Iochpe, economista e especialista em educação, que traça um perfil dos professores da rede pública do Brasil. Em artigo da revista Veja desta semana, intitulado “Quem são os professores brasileiros?”, ele traça o perfil dos professores, baseado em dois documentos que captaram a opinião desses profissionais. “É uma boa reflexão a respeito do magistério e dos rumos da educação. Afinal, a qualidade depende muito do professor”, disse.
Teodoro disse que pelas frequentes notícias as pessoas são levadas a crer que os professores são desmotivados porque ganham pouco e precisam trabalhar em muitas escolas para pagar as contas do fim do mês. “Ele se torna professor por falta de opção, já que não consegue entrar em outros cursos superiores. Portanto, chega desmotivado”, observou. Para ele, no entanto, essa imagem está longe de ser real.
Com base em dois estudos, um feito para a Unesco (a fim de compor o Perfil do Professor Brasileiro) e outro pelo Ibope para a Fundação Victor Civita, ele diz que alguns mitos são desmontados. Primeiro: “o professor não cai de paraquedas na profissão”. Conforme os estudos, o acaso motivou a entrada de 8% dos mestres, e só 2% foram dar aula por falta de outro emprego. “Muitos dizem ter escolhido o magistério por amor à profissão. Mais de 60% têm até mesmo outros membros da família na carreira”, revelou.
De acordo com ele, o professor tem uma boa perspectiva da sua profissão: 80% dizem que são muito importantes para a sociedade e que têm orgulho de ser professor. “Não são derrotados ou fracassados os que optam por ensinar. Ao contrário, são pessoas idealistas, que querem mudar o mundo mudando a vida de seus alunos”, defendeu.
O deputado afirmou, no entanto, que dois terços dos professores admitem que só conseguem desenvolver entre 40% e 80% do conteúdo previsto para o ano. Segundo ele, os professores disseram que o principal entrave para o insucesso é sua própria formação. Só 34% acham que as faculdades oferecem cursos adequados à realidade educacional. “Na verdade, os currículos estão longe de representar os desafios das salas de aula. Por muitos teóricos, os cursos não preparam adequadamente os professores”, disse.
Mas a grande maioria acha mesmo que a culpa pela dificuldade de aprendizagem é do aluno e de sua família: 94% indicam a falta de assistência e acompanhamento da família. “Não há dúvida quanto a importância da participação da família. Quanto maior for o envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, melhor será o desempenho dos alunos”, disse.
Em aparte, o deputado Ferreira Aragão (PDT) endossou o discurso e sugeriu que as escolas profissionalizantes fossem levadas às vilas olímpicas de Fortaleza.
LS/AT