Dep. Lucilvio Girão (PMDB)
Foto: Paulo Rocha
O deputado Lucílvio Girão (PMDB) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (14/11) no primeiro expediente da Assembleia Legislativa, o fechamento de hospitais psiquiátricos, como o Instituto de Psiquiatria do Ceará. Conforme o parlamentar, a instituição cerrou as portas, após mais de 40 anos de funcionamento. Para ele, a medida traz grande prejuízo para a população, principalmente para os menos favorecidos, que não têm como custear a internação em uma unidade particular.
De acordo com Lucílvio, os valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não tiveram mais aumento. O SUS “paga R$ 40 a diária de uma internação, enquanto um médico recebe R$ 11 brutos por consulta, que após os descontos fica em R$ 4”. Para o deputado , os serviços dos Centros de Atendimento Psicossociais (Caps) são importantes para os pacientes que estão controlados, mas para aqueles que estão em crise, como esquizofrênicos e bipolares, não são suficientes. De acordo com Lucílvio, o Hospital de Messejana, que atende pacientes psiquiátricos tem poucas vagas “e as famílias que precisam internar alguém não sabem mais o que fazer”.
O deputado considera necessária a construção de anexos ao lado dos hospitais públicos e universitários, para internar pacientes com distúrbios mentais. “Um dependente químico já é um problema sério, um esquizofrênico é um problema ainda maior”, acentuou.
Em aparte, o deputado Fernando Hugo (PSDB) disse que há cenas deprimentes nos corredores e calçadas no hospital de saúde mental de Messejana. “São Pessoas em crise que deveriam ser internadas, mas não encontram vagas. O fechamento de hospitais psiquiátricos está causando problemas em todo o mundo. “Na Itália, a medida não obteve sucesso e está sendo revista”, acrescentou.
O deputado Leonardo Pinheiro (PSD) observou que a reforma que provocou o fechamento dos hospitais psiquiátricos é uma tendência mundial, “mas deveriam ser criados leitos para esses pacientes em clínicas normais”.
JS/AT