Heitor classificou os números de “vergonhosos”. “É o reflexo da construção do nosso Estado e das nossas cidades ao longo dos anos. Temos que cobrar dos gestores políticas públicas para minimizar esse problema. Com R$ 2,33 não se sobrevive. Não podemos permitir que esses números sejam vergonhosamente herdados por futuros gestores. É um dado que nos estarrece”, considerou.
Ele criticou os altos índices de extrema pobreza da população dos municípios de Granja (47,49%), Choró (45,8%), Croatá (45,6%) e Miraíma (44,8%). E ressaltou o Programa Brasil Carinhoso, do Governo Federal, lançado em maio último com o objetivo de reduzir em 40% o total de pessoas nesta situação até o fim da gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), em dezembro de 2014.
Em aparte, o deputado Roberto Mesquita (PV) sugeriu a criação na AL de um pacto pela erradicação da miséria no Ceará com foco no mapeamento detalhado dos casos. Ele criticou o modo como o Governo executa o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (Fecop). “Não serve para nada. É esfarelado entre as secretarias, que fazem ações pontuais”, acrescentou.
O deputado Lula Morais (PCdoB) se disse confiante na erradicação da extrema pobreza, apesar de admitir que as medidas mitigadoras andam “ainda a passos lentos”. O comunista sugeriu um amplo debate sobre a eficácia das políticas públicas implementadas no setor.
Líder do Governo na Casa, o deputado Sérgio Aguiar (PSB) afirmou que o elevado índice de Granja é reflexo de administrações municipais desastrosas em anos anteriores. “Com a troca do gestor, uma fase de esperança de reverter o quadro vai iniciar em 2013. São dados que nos chocam”, assinalou.
O líder do bloco PSB-PMDB, deputado Welington Landim (PSB), avaliou que a redução da extrema pobreza passa, necessariamente, pela melhoria do acesso e qualidade da educação. “Não tem caminho mais prático, lógico, verdadeiro e que surta efeito do que a educação”, frisou, ponderando a existência de problemas culturais, de distribuição de recursos e até de prestígio do prefeito que emperram o processo.
Membro da Comissão da Infância e Adolescência da Assembleia Legislativa, a deputada Patrícia Saboya (PDT) disse que a falta de oportunidade força o ingresso de crianças e jovens na criminalidade e uso de drogas. “Percebemos muitos saindo cedo das escolas e indo pras ruas. Os gestores precisam criar políticas públicas alternativas. É preciso usar a inteligência e não só recursos abundantes”, pontuou.
BC/AT