De acordo com Moroni Torgan, quando começou a discutir para avaliar quem apoiaria, foi determinante o fato de Roberto Cláudio incorporar, em seu plano de governo, as propostas dele para reduzir a violência na cidade
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
O DEM se soma agora ao PCdoB, PPS, PDT e PPL, partidos que apoiam a candidatura do PSB neste segundo turno
O ex-deputado federal Moroni Torgan (DEM) foi mais um dos candidatos derrotados no primeiro turno em Fortaleza que aderiu à candidatura do pessebista Roberto Cláudio. Segundo ele, o motivo para esse apoio está no fato de o prefeiturável ter incluído em seu plano de governo as propostas do democrata para a segurança pública. A legenda se soma agora ao PCdoB, PPS, PDT e PPL, partidos que, como não foram eleitos ao segundo turno, apoiam a candidatura do PSB na Capital.
De acordo com Moroni Torgan, quando começou a discutir as instâncias partidárias para avaliar quem apoiaria, foi determinante o fato de Roberto Cláudio ter, em seu plano de governo, políticas para reduzir a violência na cidade. "Diante desse fato, coloquei o meu programa para os dois. Tive boa receptividade do lado do PT, mas muitos entraves que impossibilitava a adesão de meu plano por inteiro. E por parte do Roberto Cláudio, ele disse que colocaria integralmente, e a partir disso, pensando no bem-estar das pessoas e deixando o individual para trás, tomei decisão com o partido de apoiarmos o PSB", disse.
Moroni disse que pensou em não apoiar nenhuma das candidaturas, pois, para ele, seria mais cômodo ficar na neutralidade, onde poderia fazer a crítica que quisesse a qualquer um dos postulantes deste segundo turno. Depois de reuniões com as executivas estadual, municipal e nacional da legenda, no entanto, decidiu pelo apoio à candidatura do PSB. "Agora vamos participar dessa coligação com toda garra. Não é uma aliança doutrinária, mas de termos pragmáticos, com objetivo de trazer benefícios para as pessoas", disse ele.
Incorporado
Uma das propostas de Moroni Torgan era a criação de uma secretaria municipal de segurança pública com ações de recuperação de pessoas usuárias de drogas, e isso foi incorporado por Roberto Cláudio em sua candidatura. No entanto, Moroni salientou que vai ajudar em sua implementação, mas não será o gestor da pasta. "Existe apenas o compromisso de implantar o plano de segurança. Eu vou ajudar, mas eu não acredito que serei o secretário", declarou.
O candidato do PSB, na oportunidade, fez críticas à atual administração de Fortaleza e disse que a Prefeitura sempre delegou a responsabilidade da segurança pública para o Estado e a União, não cumprindo com a responsabilidade de garantir tal direito para a população. Segundo ele, as experiências para a construção de paz nas cidades em diversas localidades do mundo passaram por experiências do próprio município.
"O Moroni é cercado de gente que pensa e conhece a segurança pública do mundo. Por isso, recebeu tanto apoio da população. Ele disse para eu priorizar a segurança pública, defendeu a saúde, os postos de saúde, a educação em tempo integral, o saneamento e melhor habitação. Por essas razões, vamos andar os quatro cantos de Fortaleza apresentando ao povo de Fortaleza que o sentimento do Moroni é o nosso sentimento", afirmou o candidato.
Segundo ele, os outros partidos lançaram candidaturas próprias pois compreenderam que a cidade precisava de mudanças, para aproveitar as oportunidades que o Brasil e o Estado do Ceará estão dando para a população. "É essa união e esse mesmo sentimento que une o Moroni a esse grande palanque que é do PDT, do PPS, do PCdoB. Uma aliança de múltiplos partidos e de uma ideologia de cuidar melhor das pessoas", frisou.
Diferenças
Dentre as propostas de Moroni agora defendidas por Roberto Cláudio estão, além da criação da secretaria de segurança pública, aumentar o número de viaturas da Guarda Municipal, qualificar e aumentar para 3 mil o número de agentes, assim como criar a "tropa de elite" da Guarda Municipal de Fortaleza. Segundo disse, apesar das diferenças ideológicas existentes entre alguns aliados, como PCdoB e DEM, o que interessa no momento é o debate sobre Fortaleza para que as pessoas escolham entre a continuidade e renovação.
Para ele, a adesão de tantos partidos não irá prejudicá-lo, caso seja eleito, pois, conforme disse, é difícil governar sem apoio. "Quanto maior a aliança, melhor para obter apoios, emendas dos deputados federais, do governador e do presidente", disse ele, salientando que ainda não há qualquer compromisso partidária com as secretarias do Município. "Estamos aqui para discutir eleição. Depois, se eu for eleito, vou pensar nisso. Não existe nenhum compromisso ainda".