O deputado Lula Morais (PCdoB) criticou, ontem, na Assembleia Legislativa, os que estão querendo criar uma divisão na disputa à Prefeitura de Fortaleza. Para ele, dizer que o PSB representa uma candidatura de direita e o PT de esquerda "é querer esticar a corda além do limite". A crítica do comunista veio depois do deputado Antônio Carlos (PT) opinar que o PCdoB deveria ter apoiado uma candidatura mais a esquerda.
Após seu partido anunciar que está do lado do candidato Roberto Cláudio (PSB) neste segundo turno, Lula Morais fez questão de subir à tribuna da Assembleia para esclarecer os motivos que levaram o PCdoB a tomar essa posição. Antônio Carlos disse que respeitava a postura dos comunistas, porém lamentava, já que PT e PCdoB estiveram juntos em "várias lutas".
Para Lula Morais, as duas forças que disputam o segundo turno das eleições em Fortaleza, tanto o PT quanto o PSB, representam segmentos do campo da esquerda. Foi esse segmento, argumentou, que deu apoio ao projeto que vem sendo implantado no País, desde o primeiro governo de Lula, lembrando que a administração do petista conseguiu unir vários partidos.
No Ceará, compreende, foi constituído um governo na mesma vertente do campo da esquerda, também através de uma ampla aliança envolvendo vários legendas que ajudaram, segundo ele, a desenvolver o projeto defendido por esta base. "Foi assim que nós ajudamos a eleger a prefeita (Luizianne Lins) no primeiro e no segundo mandato, com uma ampla força política que possibilitou alcançar essa realidade política. Nesta eleição de 2012, não foi possível congregar o conjunto dessas forças, mas não quero entrar no mérito de quem foi ou não culpado", disse.
Interesse
Lula Morais também refutou a tese de que a candidatura do PSB é baseada no interesse de uma família, considerando que esse tipo de observação desmerece a inteligência das pessoas. "Vamos trabalhar nesse sentido, a partir do conjunto de forças que representa o campo progressista", defendeu.
O deputado Antônio Carlos, rebateu os argumentos do colega. Para ele, não basta estar "sob o manto" da base de sustentação do governo do PT para dizer que é de esquerda, entendendo que é preciso mais ações do que palavras para ser realmente um partido esquerdista.
Estar inserido no arco de sustentabilidade ao Governo Federal, analisa, não significa ter os mesmos pensamentos, alegando que há divergências, pois os partidos passam por modificações. Antônio Carlos defende que após o segundo turno, será necessário saber, dessa base, quem defendem o projeto mais a esquerda e mais progressista.