Para o deputado Lula Morais (PCdoB), uma palavra que descreveria bem a disputa eleitoral em Fortaleza é "marasmo". O parlamentar subiu ontem, à tribuna da Assembleia Legislativa, para fazer uma avaliação do pleito na Capital cearense, acreditando que a maioria dos fortalezenses ainda está distante desse assunto, segundo ele, um clima bem diferente das cidades do Interior do Estado.
Na avaliação do parlamentar, a falta de mais interesse dos eleitores de Fortaleza em relação à eleição, talvez seja pela grande quantidade de candidatos que estão representando tanto a direita quanto a esquerda. "Temos um momento diferente de outras eleições da Capital. Há sete candidaturas pulverizando os eleitores, o que gera uma frieza", analisa o deputado.
Segundo observa Lula Morais, nesse conjunto de candidatura há pelo menos cinco postulantes que podem ser considerados da esquerda, algo que, de acordo com ele, não aconteceu em eleições passadas. Conforme lembra o deputado, a esquerda sempre marchava unida, o que possibilitava reunir as militâncias.
Lula inclui no campo da esquerda, além da candidatura do seu correligionário Inácio Arruda, a de Renato Roseno, de Heitor Férrer, de Roberto Cláudio e de Luiz Gonzaga.
Pulverizada
A direita, segundo ele, também está bastante pulverizada. "Penso que a eleição (em Fortaleza) ainda está muito indefinida, não dá para apontar favoritismo. Há a possibilidade de surpresas acontecerem. O eleitorado está muito silencioso e observador no momento", considera.
No seu entendimento, uma disputa eleitoral apática pode prejudicar o debate, entendendo que alguns assuntos ficam sem a atenção devida, apontando que problemas da cidade, como saúde e mobilidade urbana não estão sendo discutidos como suas importâncias para a sociedade reclamam. Para Lula Morais, é preciso debater o aumento de veículos particulares, a falta de bom atendimento e a superlotação nos hospitais municipais fortalezenses.
Já o deputado Dedé Teixeira (PT) destacou que seu partido está fazendo um conclame aos eleitores brasileiros para fazer desta eleição, uma eleição crucial para o desenvolvimento do Brasil. Segundo ele, o PT vai convocar seus militantes e simpatizantes para fazer um grande movimento em prol da cidadania.
Mensalão
Nesta eleição o Partido dos Trabalhadores enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do caso mensalão em que, de acordo com o parlamentar, quiseram colocar o ex-presidente Lula como um dos réus.
"Trazer a baila um discurso vago e anônimo é com vistas a prejudicar os atores políticos que, junto com o PT, têm transformado o Brasil de forma a garantir a estabilidade e o crescimento de nosso País, não se omitindo das lutas sociais que se preocupam com as pessoa, abraçando os movimentos e pautado na cidadania e na socialização do Estado", ponderou.