Artur Nery (PCdoB), prefeito interino de Uruburetama, já que Dr. Hilson Paiva (PCdoB) está preso por crimes sexuais, afirma que não convidou os deputados estadual e federal, Leonardo Araújo (MDB) e Eduardo Bismarck (PDT), respectivamente, para festa de inauguração de uma Areninha em Uruburetama pela simples razão de o evento ser do Governo do Ceará.   "Eu não tenho que explicar porque não sou eu que convida isso ai, eu estou sendo convidado pelo Governo. Quem tem que convidar é o Governo do Estado: é um obra do Governo, não da prefeitura", argumenta. O padrão adotado para a construção das estruturas de esporte, todavia, prevê que o Estado custeie 80% da obra e o Município os 20% restantes.    Sobre eventuais acirramentos no dia da inauguração, próxima sexta-feira, 20, Nery assegura que "ninguém vai aguentar nenhuma pancada, não." E complementou: "o prefeito sou eu, quem manda na cidade, hoje, é o prefeito. Não tenho nada contra ninguém, só não vamos aceitar as coisas de braços cruzados."   Para a próxima sexta-feira, Araújo e Bismarck devem estar presentes na Cidade. Questionado sobre a alegação de Araújo sobre o campo de futebol ter sido resultado de articulação dele e de Bismarck, o prefeito interino respondeu que "deve ser verdade, eu não tenho essa informação, não."   Araújo, Bismarck e Nery são da base do governador Camilo Santana (PT). Emedebista e pedetista, entretanto, são adversários do atual prefeito. Projetam na aliada e presidente da Câmara Municipal de Uruburetama, Angela Maria Godoes (Cidadania), inclusive, a futura candidata ao Executivo da cidade.      Nery tem na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) Romeu Aldigueri (PDT), por exemplo, como um aliado. Nesta quarta-feira, por sinal, o prefeito diz que estará na Casa em busca de defender interesses da cidade, sem mencionar exatamente quais.   Areninhas A disputa pela nomeação destes equipamentos é forma de os deputados fincarem nomes nos municípios, sobretudos os quais têm muitos votos, além de transmitir aos eleitores sentimento de "paternidade" das obras. Assim, atritos têm sido frequentes na base do governador Camilo Santana (PT), composta, hoje, por 38 parlamentares. A previsão é de que o próximo ano, de eleições municipais, agrave o quadro de acirramentos.