A orientação feita pelo presidente Jair Bolsonaro, na última segunda-feira (25), de que as Forças Armadas devem comemorar no dia 31 de março a "data histórica" do início do Regime Militar no Brasil, em 1964, gerou discursos contra e a favor na Assembleia Legislativa do Ceará nesta quarta-feira (27).
O deputado Acrísio Sena (PT) utilizou a tribuna para repudiar a sugestão do presidente. O parlamentar apontou que o período foi marcado por desaparecimentos, tortura e pelo fim da liberdade de imprensa e negação de direitos individuais, principalmente depois da instalação do Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Acrísio ainda destacou a repercussão negativa para a imprensa brasileira, assim como em órgãos como MPF (Ministério Público Federal) e DPU (Defensoria Pública da União).
O deputado Manoel Duca (PDT) discursou na sequência e enalteceu o Regime Militar brasileiro. O parlamentar apontou que a intervenção militar de 1964 foi apoiada por vários setores da sociedade e destacou aspectos positivos do que ele chamou de "período revolucionário".
A deputada Dra. Silvana (PR) também saiu em defesa da ditadura. Ela afirmou que o Regime Militar salvou o país de uma "ditadura comunista" que viria a partir do governo Jango e finalizou a fala com um "viva 31 de março".