CANDIDATURAS de Eunício e Cid ainda exigem articulação nos partidos
Iana Soares 22/6/2012
Faltando dois dias para o fim do período de convenções partidárias, permanece indefinida a acomodação dos partidos para a disputa proporcional nas duas chapas pensadas pelo governador Camilo Santana (PT) para garantir as candidaturas de Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB) ao Senado. A situação cria impasses entre as 24 legendas que hoje compõem a base.
Com dificuldades de emplacar uma única e grande chapa majoritária unindo os dois nomes ao Senado, o plano governista é criar espécie de chapa paralela encabeçada pelo presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira (MDB). O interesse é de dividir as siglas da ampla base de Camilo entre as duas chapas para garantir um tempo de propaganda eleitoral equivalente para os dois candidatos ao Senado.
A estratégia interfere diretamente no desenho das coligações para a disputa proporcional, criando atritos entre os partidos aliados de Camilo. "Isso vai ser definido sábado. É o prazo final. Até lá, ainda tem muita conversa, mas não existe nenhum esboço de chapa e coligação definido", afirma o deputado estadual João Jaime (DEM).
Segundo ele, há disputas internas de cada partido para garantir boas condições de concorrer dentro das coligações. "Isso está dificultando, porque ninguém quer ceder e todo mundo só quer uma condição melhor para o seu partido. Isso tem gerado impasses e vai até a última hora, até haver uma média, sem uma disparidade muito grande entre as coligações", diz.
Sérgio Aguiar (PDT) reconhece as disputas entre os partidos e diz que cada legenda procura viabilizar os próprios interesses. As negociações buscam equilibrar essas questões, a fim de garantir a equivalência das chapas majoritárias. Para isso, ele diz, é preciso que as legendas revejam suas estratégias e interesses, como retirar candidaturas para fortalecer as coligações.
"Em algum momento, a gente vai ter que dar um ou dois passos para trás nas proporcionais para poder viabilizar ainda mais a majoritária", sublinha. "A verdade é que é casuístico. Cada um está pensando em si e acho que isso é importante: cada um quer, com a maior lealdade e menor disputa, ocupar o cargo de eleito seja como deputado estadual ou federal", pondera.
As negociações com as legendas permanecem e devem continuar até sábado. O POVO apurou que entre os nomes responsáveis por essa articulação estão o presidente do PDT, André Figueiredo, o ex-governador Cid Gomes (PDT) e o secretário da Casa Civil, Nelson Martins (PT). Ontem, dirigentes do MDB também se reuniram para discutir a questão.
Mesmo com a dificuldade de esboçar as composições, há legendas que já definiram previamente o interesse sobre em qual chapa devem ficar. PPS, PRTB e PPL - que devem formar chapa para proporcional - e o DEM querem ficar na chapa encabeçada por Camilo e Cid. No lado do MDB, o PR deverá fazer composição.
RÔMULO COSTA