Arrecadar recurso para investir na campanha eleitoral está entre as principais dificuldades citadas pelos políticos e candidatos cearense para as eleições deste ano. Eles falaram ao jornal O Estado sobre os desafios de campanha e quais as expectativas para driblar os problemas. Os políticos atribuiem a dificuldade à crise econômica que assola o País, além das mudanças na legislação eleitoral.
As eleições de 2016 vão ser bancadas apenas por doações de pessoas físicas e recursos do chamado Fundo Partidário, que no Brasil é usado para manter os partidos e que é abastecido com o dinheiro público, com o seu dinheiro, o meu dinheiro, o nosso dinheirinho. É importante saber que as doações não vão poder mais ser feitas diretamente aos candidatos, mas só aos partidos, aos quais caberá fazer a distribuição do dinheiro entre as mais diversas candidaturas da legenda.
O deputado estadual João Jaime (DEM), possível candidato à Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara, classificou como “complicada” a corrida eleitoral deste ano. Segundo ele, além da redução do tempo de campanha, os candidatos terão de enfrentar a falta de recursos. “Se os conhecidos terão dificuldades, imagina os candidatos que não são conhecidos”, lembrando que, só em Fortaleza, o teto para disputa eleitoral é pouco mais de R$ 8 milhões, que, segundo ele, é “muito pouco para quantidade de pré-candidatos a prefeito e vereador”.
Em época de crise, financeira e política, segundo a prefeita de Umirim Terezinha Uchoa (PDT), pré-candidata a reeleição, a orientação para quem vai concorrer o pleito deste ano tem sido “gastar bastante sola de sapato, se preparar para os debates e usar a criatividade na internet”. Ela, por sua vez, disse aguardar uma conversa em particular com o presidente estadual da legenda, deputado André Figueiredo, para definir as ferramentas ideais para sua campanha.
Redes sociais
Para contornar as adversidades, Sávio Lira, pré-candidato à Prefeitura de Itapajé, afirma que os partidos precisarão exercer maior protagonismo nas eleições. Para ele, as campanhas terão, ainda, de ser criativas. Sem grandes soluções, conforme o pedetista, os candidatos devem recorrer à internet para aumentar seu contato com o eleitor. No entanto, não descarta que as redes sociais serão sua ferramenta chave de campanha, inclusive, de acordo com ele, já está presente na internet.
Fiscalização
O risco do aumento na prática de compra de voto também preocupa os candidatos do interior cearense. Lielson Landim, pré-candidato à Prefeitura de Milagres, cobra agilidade da Justiça Eleitoral para coibir a prática. “Essa prática ainda predomina, apesar dos avanços na legislação. É preciso medidas eficazes de fiscalização para coibir a prática”, disse, acrescentando ainda que a questão financeira dificultará as estruturas de campanha de modo geral. E, desta forma, parabenizou as legendas tem auxiliado seus filiados.