As chamadas "fake news" - notícias inventadas geralmente com o objetivo de "viralizar" na internet e influenciar eleitores ou consumidores - são apontadas como um dos desafios para as eleições deste ano e não deverão preocupar apenas os candidatos a cargos majoritários. Deputados estaduais também apontam as redes sociais entre as prioridades de suas campanhas, na tentativa de se "blindar" da disseminação de notícias falsas sobre eles.
O assunto entrou em pauta, na semana passada, durante discursos na Assembleia Legislativa, após a repercussão de declarações do pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), envolvendo a Igreja, durante palestra proferida na Espanha, em que falava sobre as regras de financiamento nas eleições de 2018 facilitando a existência do Caixa Dois com recursos de Igrejas e do narcotráfico.
A fala do presidenciável circulou na Internet e logo provocou a reação de religiosos, principalmente, evangélicos. A deputada Silvana Oliveira (PR), que compõe a bancada evangélica, disse que torcia para a notícia ser "fake news". "Aliás, crimes virtuais, da internet, são crimes perversos, eu mesma sou açoitada na internet todo dia", disse.
No meio da discussão, o deputado Tin Gomes (PDT) ponderou que, antes de fazer acusações, é preciso "aprofundar" o que é publicado na internet. "Porque tudo que sai nela, ninguém sabe se é verdade ou se não é, então a gente tem que ter, nós, políticos, antes de ir para acusação, a gente tem que analisar os fatos", defendeu.
O deputado Elmano de Freitas (PT) avalia que as "fake news" deverão ser mais prejudiciais aos candidatos a cargos majoritários (presidente da República, governador e senador), no pleito de outubro próximo. Nas eleições proporcionais, ele acredita que os casos poderão ser mais detectados em municípios onde a disputa é polarizada.