A eventual consolidação da aproximação entre o senador Eunício Oliveira (PMDB) e o governador Camilo Santana para 2018 continua repercutindo na tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará, pois há quem defenda que a união, enquanto outros não veem com bons olhos a aliança. Ontem, mais uma vez, o assunto gerou debate entre os deputados estaduais.
O deputado Ely Aguiar (PSDC) comentou a polêmica em torno da aliança do PT com Camilo Santana para apoiar a candidatura de Eunício Oliveira na disputa ao Senado Federal no ano que vem. Segundo ele, deputados petistas reclamam do “golpe do PMDB”, porém o governador, supostamente, deve se aliar ao partido para as eleições de 2018. “É preciso explicar essa história direito. O povo fica sem saber o que está acontecendo”, afirmou ele.
Ely Aguiar salientou ainda que, na Casa, muitos políticos de oposição passaram para a base do Governo. “Quando o Governo chama, o parlamentar vai esquecendo os pronunciamentos que fez. Para o Governo do Estado, a Assembleia é apenas uma casa de homologação. O governador manda e os políticos obedecem”, afirmou. Anteriormente, o assunto foi seguido por muitas falas durante o pronunciamento do deputado Dr. Santana (PT), que chamou o governo federal de “golpista”.
A avaliação de Ely Aguiar é de que houve um golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, mas que as forças políticas antagônicas no processo de impeachment já estão unidas, sobretudo no Ceará.
“Houve um golpe, um atropelo, um ato insano em relação à ex-presidente Dilma, mas PT e PMDB já estão juntos novamente. Temos visto, por exemplo, o governador Camilo viajando junto com o senador Eunício e o deputado federal José Guimarães (PT/CE), que é um defensor ardoroso do Lula, dividindo palanque com o pessoal do PMDB”, apontou o parlamentar.
Explicações
Pelos acordos desenhados até agora, o deputado Capitão Wagner (PR) considerou “contraditório” o posicionamento do PT em relação à reforma da Previdência. “Fica muito contraditório insistir na tese de golpe quando o Lula articula o apoio de lideranças do PMDB, e golpeados e golpistas, vítimas e algozes estão juntos”, frisou ele, acrescentando que as alianças precisam ser explicadas aos eleitores.
O deputado João Jaime (DEM) corroborou com Wagner e criticou os governos petistas. “O PT vem constantemente se utilizando da palavra golpe para todas as mazelas que existem no Brasil, quando, na verdade, a origem da falta de dinheiro para muitas áreas carentes do País veio em grande parte por conta dos governos do PT, especialmente nas duas gestões de Dilma Rousseff”, assinalou João Jaime.