A questão da violência no Ceará tem motivado uma série de pronunciamentos na Assembleia Legislativa. As estatísticas do Governo são contestadas até por aliados. O deputado Manoel Duca, por exemplo, diz que embora a estatística seja uma ferramenta necessária para a adoção de políticas públicas, não confia nos dados. "Só pode haver uma subtração, pois a realidade nas ruas é outra completamente diferente, com número de assaltos e homicídios, em uma faixa assustadora", opina.
"A nossa segurança, como a saúde é dever do Estado, mas o número de policiais, precisamos reconhecer, ainda é mínimo, quando para fazer essa prevenção deveria ser um militar para cada pessoa. Sabemos que isso não é possível. Então uma saída seria autorizar o cidadão a se armar também, de modo a ajudar a própria polícia", declarou Duquinha.
Na busca pela redução de crimes cometidos nos limites do Estado, segundo o deputado Zé Ailton Brasil, presidente da Comissão de Direito Humanos da Assembleia, o Governo tem feito seu papel de modo estratégico ao valorizar a carreira dos policias através das promoções, motivando a turma. "Tivemos ainda o aumento do quantitativo de policiais. Portanto, o Governo chamou para si a responsabilidade de polícia e tem o apoio da corporação, resultando na redução dos índices de homicídios".
Engajados
O trabalho tem recebido o apoio da Comissão que tem acompanhado de perto os casos de violência cometidos nas ruas e especialmente dentro dos centros socioeducativos. "Além das reuniões com a vice-governadora Izolda Cela, estamos engajados também no Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, instalado a partir de uma parceria entre o Governo, Assembleia e Unicef", disse.
Crítico da Segurança, o deputado Ely Aguiar (PSDC) defende que o Governo deveria investir mais em contingente policial, mas também na abertura de delegacias em locais estratégicos. "Temos uma área crítica em Fortaleza que é o bairro Bom Jardim e lá não tem uma delegacia funcionando 24 horas. Praias muito frequentadas como Jericoacoara e Canoa Quebrada não dispõem de uma delegacia para atender aos turistas que são assaltados", diz Ely.
Ele também contesta as estatísticas oficiais. "Da forma que o Governo anuncia vai acabar ressuscitando muita gente que morreu, porque os números, de acordo com nosso acompanhamento não correspondem com essa redução de 30%", afirma.