A preocupação com o alto número de homicídios já registrados no Ceará neste ano voltou ao centro das discussões, ontem, na Assembleia Legislativa. Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), a estratégia adotada pelo Governo do Estado de investir em novas viaturas e aumentar o efetivo policial não é suficiente. Ele acredita ser necessário um maior suporte da Polícia Civil e criticou o secretário de Segurança, André Costa, por ser muito "midiático". Por outro lado, o deputado Manoel Santana (PT) disse que o Ceará é um Estado seguro e informou que o Governo estuda a implantação da Polícia Judiciária, para reforçar investigações.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, de janeiro a outubro foram registrados 4.211 assassinatos no Ceará, sendo que outubro foi o mês mais violento até agora, com 516 mortes. Ely Aguiar fez o discurso no mesmo dia em que o governador Camilo Santana entregou 205 novas motos para a Polícia Militar.
Ele considera o patrulhamento uma boa iniciativa, mas acredita que é preciso investir mais na polícia investigativa. "É necessário ter o suporte da Polícia Civil, que é a polícia que desvenda crimes, até agora sem uma solução satisfatória", disse.
Ely Aguiar frisou que tem apresentado projetos de lei na área da Segurança, mas que "raramente" o Governo aceita e acabam indo parar na "gaveta". Ele também criticou a postura "midiática" do secretário de Segurança. "Ele tem que ir para a rua, trabalhar mais, tem que deixar de ser midiático. O homem só quer estar nas redes sociais".
Ações
Já Manoel Santana (PT) subiu à tribuna para dizer que o Ceará é um Estado seguro e reclamou da falta de uma política nacional de Segurança, mas destacou ações através das quais, segundo ele, "o governador Camilo mudou a realidade desse Estado". "O Governo comprou 329 viaturas, colocou nas ruas mais 1.350 policiais e anunciou o fortalecimento da Polícia Civil, chamando mais 750 homens", listou.
O petista destacou também que o Governo estuda a implantação de um "novo modelo de polícia", que é o oficial de Polícia Judiciária, para "dar mais agilidade nas investigações, aumentar a medida de resolução dos casos que, no Ceará, já é acima da média nacional".