Horas antes de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestar depoimento, em Curitiba, ao juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, parlamentares petistas usaram a tribuna da Assembleia na manhã de ontem para fazer a defesa de Lula e tecer críticas à ação da Justiça. A deputada Rachel Marques (PT) disse ter se formado uma verdadeira vigília em Curitiba manifestada por aqueles que levaram o apoio e solidariedade "à maior liderança de esquerda da América Latina", que transformou o Brasil, tirando 36 milhões de pessoas da pobreza".
"Estamos acompanhando o depoimento e constatamos ser evidente que não há nenhum crime. Há três anos se intensificou a investigação e não se conseguiu nenhuma prova contra o presidente Lula", declarou.
Ela afirmou que o povo brasileiro estava atento e indignado, mas mostrando solidariedade ao petista que não poderia ser condenado injustamente. "Não há nenhuma evidência ou provas de crime". Rachel expôs que em todo momento a manifestação se deu de forma pacífica e que mesmo assim teria sido atacada covardemente durante a madrugada. "Essa vigília pela democracia, que ocorre em Curitiba, sofreu na madrugada ataques covardes de provocadores que foram até o local onde ocorre o acampamento e jogaram fogos de artifícios e bombas em direção às barracas, causando vítimas que tiveram de ser atendidas em hospitais", contou.
Fatos
Manoel Santana (PT) falou na mesma linha: prestou solidariedade a Lula e disse que muitas regiões, como a do Cariri, devem muito ao líder petista. "Ele foi grande responsável pela implantação da Universidade do Cariri, do programa Minha Casa, Minha Vida, e sentimos que a cidade prosperou a partir de suas políticas públicas". Santana relacionou fatos que, a seu ver, não estariam desvinculados da "perseguição" que se faz contra o ex-presidente Lula.
Ele também usou o termo "lawfare" em seu discurso. "É uma lei de guerra que era feita para ultrapassar os limites da legislação e combater inimigos internos, notadamente os que tinham relação com o terrorismo", explicou. "Com o passar dos anos isso se transformou em uma espécie de assédio judicial. A lei passou a ser usada como arma de guerra, instrumento de perseguição àqueles que tinham posições políticas diferentes de quem estava no poder e controlava o aparato do Estado".