Para a deputada federal Luizianne Lins, a unidade é necessária para eleger Lula em 2018
( Foto: Nah Jereissati )
O Partido dos Trabalhadores (PT) realizou, no último final de semana, congressos estaduais com eleições simultâneas para diretórios em 24 estados, entre eles o Ceará. Bahia, Pernambuco e Maranhão adiaram as datas. Durante os debates, petistas apontaram para o que chamam de novo PT. Também foi defendida união dentro da sigla, mirando a reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Diário do Nordeste ouviu lideranças petistas sobre o atual momento e metas do PT, ainda que estejam desgastados após verem uma correligionária ser retirada do comando do País por meio de um processo de impeachment.
O senador José Pimentel disse que o momento é "de resistência, para evitar a perda de direitos que acumulamos ao longo dos últimos anos". Para ele, o partido sabe da sua tarefa e, por isso, realizou os congressos. "Vamos dizer à sociedade brasileira que se faz necessário retomar a agenda em que tenha crescimento econômico, inclusão social e distribuição de renda", afirmou.
Segundo Pimentel, o 6º Congresso Estadual, realizado no auditório coberto da Universidade Estadual do Ceará, serviu para unificar o PT em esfera local. "Apontamos uma série de correções que precisam ser feitas, para que Lula tenha forte votação em 2018 e possamos reeleger Camilo como governador".
A deputada federal e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, avaliou que o momento para o PT, nacional e localmente, expõe necessidade de unidade. "Porque a nossa tarefa vai ser muito grandiosa no próximo ano, que é eleger Lula presidente mais uma vez", justificou. Sobre a executiva nacional ter decidido pela divisão do mandato de presidente do PT de Fortaleza, entre Deodato Ramalho e Acrísio Sena, ela disse que o recado foi claro: "Como em vários lugares do Brasil, o que se viu foi a tentativa de unificar, já que estamos muito sofridos do ponto de vista partidário e político".
Eleição
O deputado estadual Elmano de Freitas, que era candidato à presidência estadual do PT e optou por defender votos para o atual presidente, Francisco de Assis Diniz, argumentou que o partido deu uma demonstração de maturidade dos dirigentes "para construir uma unidade na linha política que está resumida na prioridade absoluta do PT em 2017 resistir aos ataques ao direito do trabalhador e preparar a campanha do presidente Lula". Em torno disso, ele apontou que será organizada também a campanha ao Governo do Estado.
Dentre inovações pelas quais passará o partido, Elmano adiantou que haverá uma divisão de tarefas executivas compartilhadas por mais de um grupo da sigla, proporcionando maior interação das correntes na construção partidária. Ele disse, ainda, que o PT passará por um processo de renovação, especialmente com a juventude. Já De Assis Diniz, reeleito ao comando da sigla, afirmou que o PT mudará a forma de se relacionar com a militância. "A mudança de relacionamento da esquerda é lenta e gradual, mas queremos dar um passo mais acelerado".