Segundo Elmano de Freitas, Camilo vai à abertura do encontro do PT, no sábado, quando será definida a posição do partido em relação às eleições
( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
A dois dias do Encontro Estadual de Tática Eleitoral do PT (o equivalente à convenção para homologação de candidaturas), em Fortaleza, lideranças do partido avaliam que a discussão em torno da indicação do nome para uma das duas vagas de senador na chapa do governador Camilo Santana será o momento de maior tensão do encontro. O nome da deputada federal Luizianne Lins está posto para o cargo.
No total, 300 integrantes do PT, representando as diversas tendências do partido, serão os responsáveis pela decisão sobre candidaturas da agremiação e as coligações que poderão ser feitas. Aliados do governador garantem que dos 300 eleitores ele terá aproximadamente 200 votos para garantir a sua indicação como candidato à reeleição e a coligação com o PDT e outras agremiações, sem um nome do PT para o Senado.
Com Luizianne, na defesa de o partido indicar um nome para disputar o Senado, sob a alegação de que o PT já tem um lugar de senador, ocupado por José Pimentel, cujo mandato termina no início do próximo ano, estão o próprio senador Pimentel e mais o presidente do diretório do partido em Fortaleza, Deodato Ramalho, além do vereador Guilherme Sampaio.
Contra a indicação de candidato ao Senado, em apoio ao governador Camilo Santana, estão, além dos deputados federais José Guimarães e José Airton Cirilo, o prefeito Ilário Marques, de Quixadá, e o vereador de Fortaleza e ex-presidente do diretório municipal do partido na Capital, Acrísio Sena, além de dirigentes do diretório estadual da agremiação.
Segundo o deputado estadual Elmano de Freitas, a questão da vaga de senador para um petista na chapa de Camilo está sendo o principal impasse dentro do partido, muito embora ele admita que a "tese que vai sendo construída como majoritária" é a de que o PT abra mão da vaga ao Senado, em troca do apoio do PDT à reeleição do governador Camilo Santana. "O PT não deverá definir apoio ao Eunício, o PT deverá definir que tenha um senador e esse senador para quem o PT deverá fazer campanha é o Cid Gomes. Então o PT apoia Cid Gomes para o Senado e o PDT apoia Camilo para governador", diz Elmano.
Simbolicamente
O parlamentar é um dos que defendem uma chapa com um candidato ao Senado do PDT e outro do PT, nesse caso, o atual senador pelo partido, no Estado, José Pimentel. "Porque temos um companheiro que tem uma militância absolutamente dedicada no partido, e evidente que é muito difícil, para nós, o PT votar que um companheiro nosso não possa sequer ter a chance de disputar a sua própria vaga. Porque, na prática, a tese de ter apenas um senador, que é o Cid, só favorece possível eleição do Eunício", projeta o deputado.
Durante evento do PDT há duas semanas, na Capital cearense, o candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, um dos principais aliados do Governo Camilo Santana, defendeu a indicação de dois candidatos a senador do PDT na chapa majoritária do petista. Além de seu irmão, Cid, o deputado federal André Figueiredo, presidente estadual da sigla pedetista, também poderia concorrer à vaga.
Ele confirmou que o governador Camilo Santana participará da abertura do Encontro com cerca de 300 delegados, que votarão, simbolicamente, também outros pontos, como a estratégia de coligação nas eleições proporcionais, a indicação de Camilo como candidato a governador do Estado e a vinculação dele com a eventual candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República. O parlamentar afirma que a articulação dos palanques e comitês deverá entrar na pauta de discussão, uma vez que Ciro, aliado do governador, disputará a eleição presidencial.