O Comitê de Prevenção de Homicídios na Adolescência, iniciativa da Assembleia Legislativa do Ceará, deve se manter em atividade durante todo o ano e, neste mês de março, pretende se reunir com os 184 prefeitos do Estado para apresentar relatório com 12 recomendações que visam minorar os casos de assassinatos de jovens no Ceará. O colegiado segue sem presidente, após saída de Ivo Gomes (PDT) do Legislativo, mas, de acordo com o relator, Renato Roseno (PSOL), o grupo deve trabalhar até o fim da atual Legislatura orientando as prefeituras.
Segundo Roseno, relatório de mais de 700 páginas ficará pronto para apreciação dos gestores municipais ainda em março. Depois, o colegiado pretende monitorar as 12 recomendações feitas às prefeituras. Cada uma se divide em quatro ou cinco áreas, totalizando até 60 ações. Dentre as indicações estão celeridade na apuração de homicídios de adolescentes; busca de jovens que evadiram; cuidado com as mães dos jovens; além do fortalecimento do sistema de informação de Saúde e Segurança. Das 12 recomendações, nove são de base local, tendo como atores importantes representantes da Segurança Pública, o Judiciário e o Ministério Público.
Ele destacou que uma das prioridades, agora, é a intensificação de ações dos governos municipais e estadual nos territórios com maior uso precoce de drogas. "Nossa ideia é começar pelos sete municípios com mais incidência de homicídios de adolescentes - Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Sobral, Eusébio, Juazeiro do Norte e Horizonte - e já conversamos com os prefeitos que foram deputados, pois já estavam aqui", informou.
Na Capital, de acordo com Roseno, 11 dos 119 bairros são responsáveis por 40% dos homicídios. Ele também ressaltou que 33 municípios não registraram homicídios de adolescentes em 2016. O parlamentar afirmou ainda que, devido à grandiosidade do Comitê, o trabalho não deve ser encerrado neste ano, e pode durar até o fim de 2018.