A decisão sobre quem deve comandar a Assembleia Legislativa do Ceará no biênio 2017 2018 deve passar por uma orientação do exgovernador Cid Gomes e do atual, o petista Camilo Santana. Pelo menos é o que afirmam alguns parlamentares da base governista de Santana, que aguardam um posicionamento do chefe do Poder Executivo quanto à disputa que está ocorrendo na Casa entre Zezinho Albuquerque e Sérgio Aguiar, ambos do PDT.
A eleição será no dia 1º de dezembro O próprio deputado José Sarto (PDT), que chegou a colocar seu nome como possível candidato à primeirasecretaria diz que abre mão de sua postulação para que haja um
consenso entre seus pares e não ocorra qualquer desentendimento na base aliada ao Governo. O problema é que Aguiar, atual primeirosecretário da Casa, afirma a todos que queiram ouvir que não abre mão da candidatura à presidência da Mesa Diretora. "Não abro nem para um trem", disse em recente entrevista, após ter tratado do assunto com o governador Camilo.
Os deputados da base aliada, e que são liderados por Cid Gomes, defendem que tanto o exgovernador como o atual se dediquem mais ao processo de escolha dos nomes da Mesa, o que não tem ocorrido até aqui. Zezinho Albuquerque, que nesta semana está no exercício do Governo, no seu segundo mandato como chefe do Poder Legislativo, também não abre mão de passar mais dois anos no comando da Assembleia.
Apaziguar Na próxima semana, segundo parlamentares governistas, Camilo Santana e Cid devem tomar alguma atitude para tentar apaziguar a situação. Do contrário, os dois deputados vão para a disputa e ganhará aquele que tiver mais força junto a seus colegas. Durante toda a sessão ordinária de ontem, Aguiar esteve em constante diálogo com alguns parlamentares presentes ao Plenário 13 de Maio.
O bloco formado por PMB, PSD, PEN, PRP e PCdoB tende a apoiar a candidatura de Aguiar, e enquanto o primeirosecretário tentava convencer seus pares de um lado, do outro Osmar Baquit (PSD), que é líder do bloco, tratava do mesmo assunto com outros parlamentares. Vários deputados, ainda indecisos, aproveitam para "valorizarem o passe" e não confirmam em quem vão votar em caso de confirmada a disputa entre os dois. Do outro lado, há um grupo formado pela oposição, em princípio, formado por PSDB, PSDC, SD e PR, mas há quem defenda que o PMDB se agrupe a eles, o que não é visto com bons olhos por alguns membros. O deputado Ely Aguiar (PSDC), por exemplo, disse se contrapor à união com a sigla peemedebista, ressaltando que seria mais interessante se o grupo fosse apenas com cinco representantes, o que lhes garantiria uma vaga na Mesa e a presidência de uma comissão técnica. No PMDB, tanto Danniel Oliveira quer se manter na Mesa Diretora, quanto Audic Mota tem interesse em estar no grupo. João Jaime (DEM) é outro que não abre mão de sua vaga entre os dez membros da Mesa.
Consenso
Capitão Wagner (PR), que é apontado como possível líder do bloco de oposição, afirmou que as duas possibilidades existem, tanto a de irem apenas os cinco parlamentares quanto a que quer a participação de parlamentares do PMDB. No entanto, ele ressaltou que no início da atual Legislatura havia um consenso semelhante, mas na época não vingou. Segundo ele, é importante que se tenha uma bancada de
oposição forte e que possa ocupar espaços na Mesa e comissões técnicas. Enquanto isso, os deputados seguem fazendo suas apostas em quem tem mais ou menos apoios. Alguns acreditam que Zezinho tem força para seguir por mais dois anos comandando o Legislativo, enquanto outros apostam na renovação do nome, visto a participação frequente de Aguiar em busca de apoios em, praticamente, todas as sessões ordinárias da Casa. A votação para escolher a nova composição da Mesa Diretora está marcada para acontecer no dia 1º de dezembro.