O litoral cearense voltou a ser atingido pela ressaca do mar. No fim da tarde dessa terça-feira, uma barraca de praia foi destruída pela maré alta no Morro Branco, em Beberibe. A estrutura da Gaúcho Beach foi completamente levada pelas fortes ondas. Segundo o gerente da barraca, Marcos Domingos, o prejuízo estimado é de R$ 200 mil.
Com este caso, já são nove unidades destruídas pela maré alta no Morro Branco. Os demais barraqueiros temem que outros acidentes possam vir a ocorrer e pedem ao poder público um novo local para instalação dos equipamentos.
"Perdemos completamente tudo. Estamos aqui há 10 anos e nunca havíamos visto uma ressaca do mar tão forte. Esperamos que o poder público viabilize um novo local para os barraqueiros, que estão arcando com um prejuízo enorme", destaca Marcos Domingos.
A Barraca da Maia, vizinha ao Gaúcho Beach, decidiu fechar as portas por receio de que as ondas possam derrubar a estrutura do estabelecimento e causar uma tragédia. "Decidimos tirar tudo de dentro e abandonar o local por receio de que algo pior possa acontecer", frisa o funcionário André Frota.
O proprietário da barraca Palhoça Sereia, Erivan Monteiro, já está há 30 dias sem receber nenhum cliente. "Tive que contratar cerca de 20 homens para fazer a manutenção da barraca na tentativa de mantermos o negócio aberto. Recebíamos cerca de 50 pessoas diariamente em parceria com agências de turismo e, atualmente, nenhum cliente aparece. Nosso prejuízos já ultrapassaram os R$ 50 mil", lamenta.
Segundo Sandro Régis, proprietário da barraca SG, o clima de tensão é grande. "Perdemos cerca de 50% de nossa clientela por conta dos últimos acontecimentos. Investi cerca de R$ 15 mil em manutenção, para tentar frear os problemas ocasionados pela ressaca do mar. Essa situação tem deixado os turistas com receio de frequentar nossas barracas. O poder público já havia conseguido um novo local para a transferência dos equipamentos, mas o terreno é de propriedade privada, o que acabou embargando o projeto", revelou.
Fiscalização
Agentes da Coordenadoria Municipal de Trânsito (Comutran) estiverem no local para orientar motoristas que transitavam próximo a orla. "Estamos diariamente fiscalizando e orientando os turistas e população local para evitarem usar as vias onde a erosão, por conta das ressacas do mar, já estão mais acentuadas".
Audiência Pública
Para discutir a atual situação das destruições causadas pela ressaca em Morro Branco, um grupo de barraqueiros solicitou audiência pública na Assembleia Legislativa do Ceará, com a presença de representantes do Governo Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) e outra entidades competentes na tentativa de solucionar o caso.
O encontro será no próximo dia 7 de novembro, a partir das 14h. A expectativa é que cerca de 150 barraqueiros e familiares da região compareçam à audiência pública para dar apoio às reivindicações.