O candidato Capitão Wagner chegou ao local de votação acompanhado pela família, pelo candidato a vice Gaudêncio Lucena e pela deputada estadual Fernanda Pessoa (PR)
( FOTO: THYAGO GADELHA )
O candidato Capitão Wagner (PR) chegou, ontem, ao local de votação, a Escola Lima Nogueira, no bairro João XXIII, com o sentimento de "dever cumprido" e confiante na vitória. A pesquisa Ibope divulgada na noite de sábado, apontando empate técnico, lhe dava a certeza de que assumiria a cadeira de prefeito de Fortaleza a partir do primeiro dia de janeiro. "A pesquisa comprova que temos chances reais de ganhar a eleição. A cidade amanheceu com o clima de virada", avaliou, na ocasião.
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O candidato comentou as diferenças apontadas entre as pesquisas Ibope e Datafolha, mas resguardou as críticas, afirmando que qualquer posicionamento antes do resultado das urnas seria precipitado. "Mas acho que a pesquisa Ibope corresponde mais com a realidade, pois houve crescimento muito grande da candidatura nesses últimos dias", declarou. E acrescentou: "Há 15 dias eram 14 pontos de diferença, mas o crescimento da campanha foi gigantesco e a adesão também. Mesmo concorrendo com a campanha mais cara do Brasil conseguimos no último dia chegar ao empate. Basta ver o gráfico da pesquisa Ibope. Mesmo assim, criticar de forma antecipada é prematuro".
O candidato chegou ao local de votação acompanhado pela família, pelo candidato a vice Gaudêncio Lucena e pela deputada estadual Fernanda Pessoa (PR). Wagner entrou sozinho na cabine para votar. No primeiro turno, filho dele o acompanhou, mas desta vez, atendendo ao pedido do presidente da sessão, seguiu solitário até a urna.
Balanço
Ao concluir o voto, conversou com a imprensa, fazendo um balanço das atividades que iniciaram oficialmente no dia 16 de agosto. "Foi positivo, mesmo com todas as dificuldades. Tentaram proibir a veiculação de nossa propaganda na televisão e rádio. E, ontem (no sábado), nossa fanpage foi tirada do ar em uma tentativa de nos calar. Mesmo com toda a estrutura econômica e financeira que eles têm, não conseguiram fazer com que o povo acreditasse que a família Ferreira Gomes merecia continuar na gestão. A convicção de que a cidade vai se libertar hoje é muito grande", analisou.
Wagner disse ter conseguido mostrar para a população de Fortaleza que é "um cidadão que nasceu e cresceu na periferia", conhecendo de perto todas as suas dificuldades. "No primeiro turno, mostramos para as pessoas que o Capitão Wagner é um ser humano como qualquer outro. No segundo, tivemos de mostrar as propostas e desmentir as mentiras que estavam sendo ditas pelo outro lado", afirmou.
Ao apostar no enfrentamento direto, muitas vezes acusando o candidato à reeleição de faltar com a verdade, a campanha do Capitão Wagner recebeu punições por parte da Justiça Eleitoral, que chegou a interromper inserções e garantir a Roberto Cláudio o direito de resposta. A estratégia, segundo afirmou o republicano, era mostrar a diferença entre duas Fortalezas. "A população viu que havia muita mentira. Enquanto a TV mostrava uma Fortaleza completamente diferente da real, nosso programa tentou mostrar a Fortaleza do mundo real", justificou.
Wagner lamentou que sua propaganda tenha sido retirada do ar em alguns momentos, mas ponderou que isso ocorreu "por questões técnicas" e não de mérito. "O grupo de advogados deles é muito grande, enquanto que todos os nossos advogados são voluntários. Competir com o poderio econômico não é fácil, mas a gente conseguiu ter uma equipe técnica qualificada".
União
Para o candidato do PR, foi desafiador chamar os eleitores para abraçar sua candidatura. "Acredito que conseguimos isso no segundo turno. O primeiro foi meio morno, eram oito candidaturas e havia uma divisão muito grande. Hoje, na entrada da escola, professores me abraçavam e pediam melhorias para a categoria. No segundo turno, conseguimos unir empresário e trabalhador, motoristas de táxi com motoristas de Uber, guarda municipal e feirante. Conseguimos fazer aquilo o que há muito tempo não se conseguia".
Policiamento
Na frente e nas laterais da escola onde Wagner votou, haviam homens do Exército. O candidato considerou a presença da tropa nas ruas positiva. "Isso dá uma tranquilidade que é diferente dos cenários do passado, como em 2012, quando tivemos um cenário de guerra instalado na cidade", lembrou. "Hoje o que vemos é um clima diferente. Rodei em poucos locais, mas percebi a tranquilidade que faz com que a democracia saia ganhando", declarou.
Ao lado do Capitão, Gaudêncio Lucena classificou a campanha como árdua, mas contou que a adoção de estratégias acertadas ao longo do caminho proporcionou a igualdade entre os concorrentes. "Começamos tentando fazer que o público de Fortaleza conhecesse o Capitão, mas na segunda fase mostramos as propostas que tínhamos a passar quanto ao novo e moderno formato administrativo. O povo entendeu", apontou.
Gaudêncio disse esperar que, a partir do próximo ano, Fortaleza tenha um gestor que possa melhorar o fosso social da cidade, dividida em pobre e nobre. "Sou vice-prefeito, mas gosto de frisar que passei a achar que não deveria continuar com o grupo político que aí está, pois sempre disse que o prefeito foi eleito para governar durante quatro anos e não para trabalhar no último ano de governo visando a reeleição. Este é o grande mal".