Alvo de nota de repúdio do PT, o candidato à Prefeitura de Fortaleza Capitão Wagner (PR) defendeu-se dizendo que não há contradição na sua conduta - o militar chegou a procurar apoio da candidata derrotada Luizianne Lins (PT).
O nome do PR disse que a petista “não faz parte da banda podre do PT”.
“Houve um posicionamento do PT de deixar os membros do partido livres, e os que resolveram declarar apoio ao candidato adversário são os que realmente representam a banda podre do PT”, disse Wagner, repetindo fala do vice Gaudêncio Lucena (PMDB).
Na propaganda, proibida pela Justiça Eleitoral, o candidato citava o governador Camilo Santana e o deputado federal José Guimarães,
ambos petistas.
“A Luizianne é uma pessoa que eu tenho um respeito muito grande. Passou oito anos administrando a cidade e não há qualquer fato que aponte uma conduta ilícita da parte dela”, disse Wagner.
Com a liberação dos filiados pela sigla, a parlamentar decidiu ficar neutra na segunda etapa da disputa.
Sobre o teor das notas, que partiram das executivas municipal e estadual do PT na segunda-feira, 17, afirmou apenas que “é natural que eles possam se pronunciar”, mas que não quer ficar “polemizando”. “Não vou perder tempo brigando com qualquer integrante do PT.”
Embora divulgadas no mesmo dia e em horários próximos, as notas petistas contra Wagner mostraram tons diferentes. Além da nota do diretório estadual ser mais dura, ela traz trecho suprimido pela executiva municipal do partido.
O POVO teve acesso à versão inicial da nota municipal, com trecho chamando Wagner de “covarde, mentiroso e oportunista” e que “não merece ser prefeito de nossa Capital”.
De acordo com Francisco de Assis Diniz, presidente estadual da sigla, a publicação das duas notas no mesmo dia foi “pura coincidência”.
O vereador petista Guilherme Sampaio diz que “isso é o de menos” e que “é natural que dois grupos diferentes redijam notas diferentes”. Ele afirma que se sente mais contemplado com a nota estadual, mas que “o principal é o partido repudiar essa estratégia da candidatura do Wagner”.
Já para Ilário Marques, membro do diretório estadual, diferença não ocorre à toa. “O diretório estadual é mais alinhado ao governador, que apoia Roberto Cláudio (PDT), e maioria dos membros está inclinada a apoiar o prefeito”, disse.
SAIBA MAIS
Nova estratégia
O repúdio do PT à candidatura de Capitão Wagner (PR) à Prefeitura de Fortaleza não necessariamente se converte em votos de filiados da legenda ao adversário, o prefeito Roberto Cláudio (PDT). Alas do partido, principalmente as ligadas à ex-prefeita Luizianne Lins, têm feito campanha para o voto nulo.
O candidato do PR disse que a estratégia do 2° turno, porém, é primeiro apresentar suas propostas, mas também desmentir “inverdades” do adversário. Tom mais agressivo tem sido adotado por ele nas propagandas de TV e rádio.