A ministra do Supremo Rosa Weber deferiu pedido de juízes eleitorais de Fortaleza para enviar tropas federais com o intuito de reforçar a segurança da Capital no segundo turno das eleições.
O processo foi julgado ontem à noite pelo pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a ministra relatora ter considerado relevantes as acusações de interferências de policiais militares no primeiro turno.
Apesar de considerar peculiar o fato de não ter havido pedido de reforço para o primeiro turno, quando havia mais candidatos e a dificuldade de fiscalização era maior, a ministra considerou os argumentos suficientes para o envio das tropas no dia 30 de outubro, quando haverá a votação.
“Eu entendo suficiente (a justifica do pedido). Os requisitos estão atendidos e eu defiro o pedido”, decidiu Rosa.
O documento enviado ao TSE no início deste mês foi assinado por 13 juízes eleitorais e submetido, antes, ao Tribunal Regional Eleitoral no Ceará. Nele, os juízes relatam casos de ameaças de PMs a servidores que trabalharam no primeiro turno das eleições em Fortaleza.
Segundo os juízes, os militares teriam agido em favor de um dos candidatos na disputa, o Capitão Wagner, do PR, policial militar da reserva.
À época, a assessoria de Wagner afirmou, em nota, que, “em nenhum momento, autorizou, orientou ou incentivou qualquer servidor” a atuar em contrariedade à lei. O candidato disse que apoia a decisão. Para ele, a presença de tropas federais será benéfica e inibirá ainda crimes como boca de urna.
A coligação de Roberto Cláudio (PDT) também já havia se manifestado favoravelmente à presença do exército no segundo turno.
Apesar de a PM estar sob o comando do governador Camilo Santana, um aliado na briga pela reeleição, RC também concordou com o pedido de reforço federal.
A partir da aprovação do governador, o pleno do TRE, presidido pelo desembargador Abelardo Benevides Moraes, concordou em remeter o o pedido ao TSE. Embora tenha chancelado o pedido, o desembargador afirmou que o primeiro turno ocorreu com tranquilidade. “Mas os juízes me ligaram e relataram fatos que eu não sabia”, disse.
O procurador regional eleitoral, Marcelo Mesquita Monte, também foi favorável à requisição das tropas. Ele argumentou que “percebe que houve tranquilidade no 1º turno, mas, diante do relato dos juízes da Capital e da manifestação do governador, que é o chefe das forças de segurança no Estado, não vejo outra saída a não ser concordar com o pedido”.
O tribunal informou que, a partir de hoje, deverão ser agendadas reuniões entre representantes do TRE e do comando da 10ª Região Militar, que representa as tropas federais no Estado, para definir de onde virá o contingente de homens e quantos serão necessários.