Na véspera da votação que decide se o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) será cassado, manifestação contrária ao presidente Michel Temer (PMDB) engrossou gritos também contra ele. O ato aconteceu ontem, com concentração na Praça Cristo Redentor, no Centro, e teve menos participantes que o do dia 7: cerca de 5 mil, segundo a organização. Na última quarta foram 15 mil. A Polícia Militar (PM) não divulgou expectativa.
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Nos cartazes, além da defesa da saída de Temer, havia também apoio à ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e reivindicação de novo pleito para a escolha do chefe de governo. Alguns manifestantes traziam na cabeça faixas com os dizeres “diretas já”, fazendo referência ao movimento que pedia a volta da democracia após a ditadura militar.
Era o que defendia a professora Magna Crispim, que afirmou que “só é possível reverter o impeachment com novas eleições”. O vereador João Alfredo (Psol), único candidato à Prefeitura de Fortaleza presente no ato, disse que seriam necessárias eleições gerais, decididas através de plebiscito. Além dele, estiveram presentes os vereadores petistas Ronivaldo Maia e Acrísio Sena e o deputado estadual Renato Roseno (Psol).
Houve princípio de confusão pela presença de pessoas mascaradas
Violência e confusão
Outro ponto presente nos discursos foi o repúdio à ação policial no último ato, ocorrido no dia 7. Sérgio Farias, da coordenação da Frente Povo sem Medo, que organizou o protesto junto com movimentos sociais, explicou que essa manifestação foi marcada “em resposta à violência sofrida pelos manifestantes”. “Nós estamos lutando pelo direito de nos manifestarmos”, afirmou.
Ato contra Temer terminou pacificamente na Praia de Iracema
O ato contou com um princípio de confusão entre os próprios manifestantes. Alguns pediram que pessoas mascaradas descobrissem o rosto, mas, após bate-boca, elas continuaram dessa forma. Organizadores do ato também defenderam o “rosto limpo”. Apesar disso, não houve confronto com a Polícia, e a manifestação permaneceu pacífica.
Eram 15 horas quando manifestantes começaram a chegar à Praça, e aproximadamente 17 horas quando a caminhada até a Estátua de Iracema, na avenida Beira Mar, iniciou. Sem o acompanhamento da PM e da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) durante o trajeto, algumas vias ficaram engarrafadas durante pouco tempo.