O debate sobre a Campanha da Fraternidade de 2016, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dominou os pronunciamentos, ontem, no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará. A mobilização, que tem como tema: “Casa comum, nossa responsabilidade”, chama a atenção para a problemática do saneamento básico no Brasil. No Ceará, o esgotamento sanitário, por exemplo, não chega a 50% de sua área de cobertura, o que, para os deputados, é o responsável direto pela proliferação de doenças infecciosas. Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, além de melhorar a qualidade de vida da população e a produtividade do indivíduo.
O deputado Fernando Hugo (SD), que iniciou a discussão na tribuna, salientando a pertinência da CNBB em escolher o tema, pontuou que “ A Casa Comum”, como faz referência a instituição sobre as cidades, estados e o País, “é de interesse de todos nós, e para ser mantida, tem que ter suas responsabilidades dividas entre todos os poderes, principalmente com a sociedade”.
“É vergonhoso o Estado não ter em seu território 50% de esgotamento sanitário. O Brasil segue o mesmo trilho, não colocando rede de esgoto e não efetuando o destino adequado do lixo”, frisa.Os deputados Ely Aguiar (PSDC), João Jaime (DEM) e Agenor Neto (PMDB), lembraram que os primeiros “e significativos investimentos” em saneamento básico no Estado, ocorreram na gestão do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB), com o Programa Sanear. Hugo enfatizou que o programa gerou críticas pelas pela inconveniência das obras. “A CNBB alerta os governantes, a população sobre a importância do saneamento básico, que, sem ele, traz doenças para dentro de nossas casas”, salientou Ely Aguiar (PSDC).
Aterro sanitárioO deputado Carlos Felipe (PCdoB) chamou atenção para os municípios do interior que, por falta de investimentos, ainda não possuem aterros sanitários, mesmo sendo exigido por lei. “A questão da falta de saneamento básico tem a ver com doenças tipo dengue, zika vírus, que aflige a população brasileira. As prefeituras têm dificuldades financeiras de implantar um aterro sanitário, tendo em vista que custa entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões”, salientou.
Já Ivo Gomes (Pros) lembrou que o projeto Sanear foi elaborado durante o governo Ciro Gomes. “Cem por cento dessa obra foram executados no governo Ciro Gomes, além o saneamento básico de todo o Juazeiro do Norte, que tinha cobertura quase zero”, ressaltou. Ivo disse que, em Fortaleza, está sendo realizada saneamento em toda a margem do Rio Cocó.
AlertaO deputado Carlos Matos (PSDB) também dedicou o seu pronunciamento sobre o assunto. Conforme o parlamentar, a CNBB alerta para um ponto importante em um momento crítico da saúde no Brasil. “Estamos vivendo típicas doenças que são clássicas de onde não há saneamento”, disse.De acordo com o tucano, das 768 milhões de pessoas no mundo sem saneamento, cerca de 100 milhões estão no Brasil. “É alarmante. É maior que qualquer nação da América Latina”, informou.