Capitão analisa convite tucano
FOTO: FCO FONTENELE
O deputado estadual Capitão Wagner (PR) se reuniu ontem às noite com o senador Tasso Jereissati (PSDB).
O encontro sinaliza possibilidade de mudança de legenda, caso seja aberta a janela partidária, em votação no Congresso.
O deputado não confirma convite oficial dos tucanos e afirma que o plano ainda é disputar a prefeitura de Fortaleza pelo PR.
“A conversa com Tasso foi muito boa. Falamos sobre o quadro nacional e a possibilidade da janela partidária”, conta. Ele também adianta que os partidos de oposição em Fortaleza estão debatendo se participarão das eleições unidos ou lançarão candidaturas próprias. O encontro com Tasso teria sido um dos primeiros nesse sentido.”Está tudo ainda nas preliminares. Temos até o fim do mês para qualquer mudança partidária”, lembra Wagner.
Embora negue o convite e enfatize que não há motivos para deixar o PR, fontes próximas ao parlamentar confirmaram ao O POVO que o deputado se sente desconfortável com a manutenção de seu partido na base do governo federal.
Wagner reclama que a presidente Dilma Rousseff (PT) quebrou promessas de campanha importantes, como a refinaria e o piso salarial nacional dos policiais, e que é desagradável criticar o governo localmente enquanto é aliado dele nacionalmente.
Desde o fim da eleição passada, há uma aproximação entre Tasso e o deputado. O tucano teria simpatia pela candidatura do capitão.
Contra a filiação do deputado ao PSDB, pesa exatamente o nome do senador. Apesar de ainda ser uma figura popular no Interior, Tasso encontra certa resistência em Fortaleza, com destaque para os funcionários públicos.
Capitão Wagner é o deputado estadual mais votado na história da Assembleia Legislativa. Antes, ele já havia conquistado o mesmo título na Câmara Municipal de Fortaleza. Caso a mudança de partido de fato ocorra, será a segunda desfiliação de peso do PR apenas neste ano. Em junho, o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, deixou a legenda para unir-se ao PSB.
O PSDB, por sua vez, tenta reconstruir a legenda no Estado, desidratada após a derrota de Tasso na disputa para senador em 2010. (Renato Sousa e Isabel Filgueiras)