A situação da Saúde Pública do Estado do Ceará será novamente debatida na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Desde o início da gestão do governador Camilo Santana (PT), a Pasta tem gerado preocupação ao Governo do Estado, haja vista, denúncias de corredores lotados e ineficiência no atendimento. Internamente, a área tem se mostrado com dificuldades de gerência, que, em menos de seis meses, um secretário (Carlile Lavor) entrou o cargo, e nos bastidores, o médico Carlos Roberto Martins, o Cabeto, teria recusado, pela segunda vez, assumir o cargo de secretário-adjunto da Sesa. A audiência ocorrerá hoje, no Complexo das Comissões Técnicas, em conjunto com as comissões de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, e de Saúde, da Assembleia.
Até o fechamento desta edição, o corredômetro do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), registrava que 291 pacientes estavam nos corredores dos hospitais de emergência do Estado, sendo o Hospital de Messejana (50) e Hospital Geral de Fortaleza (46) com maiores esperas. Na Assembleia Legislativa, os deputados relatam que os problemas se agravam, com a falta de insumos e a falta de médicos nos hospitais do interior do Estado.
Apesar de o Ministério da Saúde ter repassado nos últimos quatro anos, quase R$ 1,6 bilhão ao Governo, além de R$ 179,4 milhões em 2015, para atendimentos, exames, internações e custeio, o Simec dá conta de que entre os exemplos de problemas mais comuns, é o cancelamento de cirurgias por falta de fios para suturar cortes, além da falta de medicamentos obrigatórios nas farmácias.
“O Governo realizou investimentos na área, porém, não há recursos para o custeio, o que agravou ainda mais o problema da saúde. Esta audiência será uma oportunidade para ouvirmos da União o que pode ser feito pela saúde e também dos atores, soluções para a crise”, disse o deputado estadual Carlos Matos. Para a presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, Mayra Pinheiro, a audiência pública vai agregar esforços para a resolução dos problemas.
ISGH
Na Assembleia, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), que presta serviços para a rede estadual, tem sido alvo de críticas por parte de muitos parlamentares, tendo em vista o Estado ter celebrado contrato com a Organização Social (O.S) com dispensa de licitação, no valor de R$ 116 milhões, além de sair mais caro aos cofres públicos a OS administrar os equipamentos. O deputado Heitor Férrer (PDT) busca protocolar um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a organização.
Visitas
Além da audiência pública, os parlamentares visitarão as principais unidades de saúde do Ceará. Participarão do encontro, os secretários da Saúde do Estado e do Município, Henrique Javi e Maria Socorro Martins. O titular da Sefaz, Mauro Filho, da Seplag, Hugo Figueiredo, o procurador da República no Estado, Oscar Costa Filho, e a promotora de defesa da saúde pública, Isabel Porto.