Em crise governamental, agravada após as denúncias de corrupção em suas estatais, como na Petrobras, o Partido dos Trabalhadores (PT) trabalha, agora, para realinhar seus projetos estratégicos, reafirmando o seu “projeto socialista democrático”, além de devolver a credibilidade da legenda, desgastada ainda, com algumas atuações da presidente Dilma Rousseff (PT), consideradas “errôneas” pelo partido, como ter se rendido ao financiamento empresarial de campanha. Na última sexta-feira (24) e sábado (25), o partido realizou um congresso, em Fortaleza, em que segundo o deputado estadual Elmano de Freitas (PT), discutiu-se teses como a dificuldade atual do PT em governar com protagonismo no Congresso Nacional; a vontade de alguns partidos pela extinção da legenda; reforma política; além da importância de o PT voltar a governar junto com os movimentos sociais organizados.
“Eu acredito que esse é um ponto decisivo na vida do PT. Acho que nós temos que ter muita unidade no partido para fazer autocrítica, atualização das nossas posições, muita unidade para fazer a defesa no governo, ao mesmo tempo de que para esta defesa, apresentamos mudanças de coisas que o governo apresenta”, disse a o Estado, Elmano de Freitas.
De acordo com o petista, as deliberações com relação às discussões vão acontecer apenas, no congresso nacional em junho.
“Acho que todo mundo concorda com essas avaliações. Há um ataque muito forte em relação ao nosso partido, que tem haver com uma vontade de destruir o PT, não pelos seus erros, mas pelos seus méritos. Mas que evidente, há uma avaliação da ampla maioria de que o PT cometeu erros nesses anos, e que esses erros são aproveitados para fazer um ataque ao partido”, frisou Elmano, ponderando que o PT precisa ter humildade para reconhecer esses erros e buscar consertá-los. “Destaco que o erro foi o PT ter assimilado a forma tradicional de fazer campanha, buscando realizar campanhas com mais recursos, diminuindo o peso da militância, com estruturas, o que exige mais recursos, buscar empresas para financiar suas campanhas.”
Aprofundar reformas
Para o parlamentar, é fundamental que o partido realize as reformas política e tributária, para que consiga “continuar a aprofundar reformas sociais”. “O PT entende que as pautas são importantes, mas também não tem uma maioria parlamentar com aliados que lhes permita ao partido e ao governo realizar essas mesmas reformas. Então, nós estamos em uma situação de uma encruzilhada, porque precisamos fazer reformas muito importantes para o projeto avançar, atendendo aquilo que é principal, as reivindicações nas ruas de 2013, que era a melhoria dos serviços públicos”, acrescentou.
Movimentos sociais
Elmano destaca ainda que o PT deverá voltar a afinar a atuação parlamentar com os movimentos sociais organizados, mesmo que tenha que partir para um posicionamento “mais firme” e que seja contrário ao da presidente Dilma Rousseff. “O PT fez até aqui, a linha de defender todas as posições do governo mas, agora, nós queremos que o partido tenha um maior protagonismo, no sentido de defender o governo, mas, o que chocar contra os movimentos sociais organizado e com as ideias do partido, nós vamos atuar para fazer a mudança daquilo que o governo dirá”, pontuou.