Deputado Dedé Teixeira quer saber como fica a situação daqueles petistas que fizeram campanha contra o candidato do partido ao Governo
FOTOS: JOSÉ LEOMAR
Com a vitória de Camilo Santana (PT) para governador do Estado do Ceará, a partir do próximo ano, o Partido dos Trabalhadores (PT) respira aliviado. Não fosse a vitória na acirrada disputa pelo comando do Palácio da Abolição, o partido teria sofrido um forte baque neste pleito, com a redução de mais da metade de seus parlamentares na Assembleia Legislativa e a redução da bancada federal. Mas mesmo com a vitória, a agremiação ainda precisa lidar com pendências dentro do próprio partido de um agrupamento de oposição ao próprio Camilo.
Integrantes do grupo liderado pela ex-prefeita de Fortaleza e agora deputada federal eleita Luizianne Lins (PT) foram resistentes à indicação e apoio à campanha de Camilo Santana, em razão, segundo afirmavam, do vínculo do candidato com o governador Cid Gomes (PROS), principal adversário de Luizianne. Segundo o deputado estadual Dedé Teixeira (PT), o partido deverá se reunir para tratar dessas questões. "Não tem esse negócio de 'caça às bruxas', mas pelo menos exigir um comportamento mais alinhado com aquilo que a gente pensa".
O parlamentar destacou que o deputado eleito Elmano de Freitas, que faz parte do agrupamento de Luizianne, foi um dos únicos a assumirem a campanha de Camilo. "Vamos ver como é que vamos discutir com os demais do grupo que, além de não fazerem a campanha, fizeram contra o PT. Mas isso o partido regimentalmente e politicamente vai avaliar". Ele não citou nomes, mas fazia referências ao deputado federal Eudes Xavier, derrotado no último pleito, assim como Antônio Carlos, também derrotado na disputa por uma vaga na Assembleia. Poucos petistas falam sobre a posição do senador José Pimentel, mas ele também na relação.
Para o deputado estadual Nelson Martins (PT), ex-secretário do Desenvolvimento Agrário (SDA), o diretório estadual precisa ainda fazer um levantamento de todos os problemas existentes durante a campanha. "Tivemos alguns militantes do partido importantes, não só na Capital, como no Interior também, que acabaram descumprindo decisões do partido", reconheceu.
Corrigir
Ele destaca, entretanto, que o partido precisa dialogar com os dissidentes. "Mas não se pode tratar isso tendo a preocupação exclusivamente de punir as pessoas. Mais de dialogar, para tentar corrigir. Aquelas pessoas que não agiram corretamente poderem refletir, poderem repensar, e não voltarem a cometer esse tipo de erro, de infidelidade partidária", apontou.
Em relação a um possível embate entre esses setores e o atual prefeito Roberto Cláudio (PROS), que apoiou a candidatura de Camilo Santana ao Governo, pela disputa da Prefeitura de Fortaleza em 2016, Nelson afirmou que tudo isso deverá ser debatido internamente. "O PT tem uma grande vantagem, ele não tem dono, não tem cacique. Isso vai ser resultado de uma ampla discussão interna. E após esse amplo debate, vai se resolver no voto" como o partido se comportará naquela ocasião.