João Jaime foi um dos que defenderam a criação de um bloco, antes da eleição, que garantiu espaços políticos para os candidatos à reeleição
O futuro governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pelo menos nos discursos dos adversários, também terá de lidar com a presença de uma oposição na Assembleia Legislativa, nos próximos quatro anos, mais organizada. Somada à eleição de novos opositores, já há uma articulação para organizar um bloco de oposição na Casa. Os governistas já admitem receber adesões até a abertura da Assembleia no próximo ano.
De acordo com o deputado João Jaime (DEM), que liderou a criação de um "bloquinho" de oposição ao Governo do Estado em março deste ano, cujo resultado foi pífio, embora alguns tenham tirado proveito eleitoral, a ideia é formar um bloco mais robusto de opositores. "Que nós não só sejamos oposição, mas que também formalmente sejamos um bloco. E esse bloco irá fazer uma oposição propositiva, cobrando aquilo que em parte a gente sempre cobrou e aquilo que foi agregado às promessas do governador", apontou.
Segundo o parlamentar, a bancada deverá ser formada por pelo menos doze parlamentares, além de outros que ainda poderão se manifestar. Entre os prováveis membros, Jaime aponta os seis deputados eleitos pelo PMDB (Agenor Neto, Danniel Oliveira, Dra. Silvana, Carlomano Marques, Walter Cavalcante e Audic Mota), de ambos do PR (Capitão Wagner e Fernanda Pessoa), de Carlos Matos (PSDB), de Roberto Mesquita (PV) e de Ely Aguiar (PSDC), além de si próprio.
"A posição do PMDB vai ser muito forte de oposição. Já estivemos com o senador Eunício (Oliveira - PMDB) e ele disse que o partido vai permanecer na oposição. Acho que a gente vai poder fortalecer a oposição da Casa", destacou o parlamentar.
Acirrado
Para Jaime, o caráter acirrado da disputa pelo Governo foi uma demonstração de que a sociedade cearense exige que seus representantes no parlamento façam uma cobrança maior das promessas de campanha. "A gente não pode nem esperar os tão famosos cem dias para ver o que o governador vai fazer para só então começar a cobrar, porque esse é um governo de continuidade. Nós vamos começar a cobrar a partir de agora tudo que foi prometido", reforçou.
O deputado destacou ter ouvido as palavras do governador eleito de querer dialogar e diz estar disposto a conversar. "Estamos abertos a um diálogo institucional, não de adesão. Em primeiro lugar, como é que vai ser com a Assembleia? Vai tratorar a Assembleia como fez esse Governo? Vai passar por cima, aprovar matérias em 24 horas sem que seja discutida nas comissões?".