O governador do Estado, Cid Ferreira Gomes (Pros), afastou-se, na tarde de ontem, da administração estadual, para dedicar-se com exclusividade, até domingo, à campanha do candidato ao Governo do Estado, Camilo Santana (PT). “A pior seca do Ceará é o mau Governo”, alegou Cid, ao justificar a sua decisão, ressaltando temer que “o Ceará possa ter, ao longo dos próximos quatro anos, um mau governo”.
Na segunda-feira (22), Cid Gomes havia anunciado para a imprensa o afastamento, durante solenidade de entrega de viaturas no Centro de Eventos do Ceará, já apontando preocupação com o futuro do Estado. “Em nome dessa preocupação e da responsabilidade que eu tenho com o povo cearense, sinto-me gravemente devedor [...] Eu vou me dedicar àquilo que eu acho mais importante nessa semana, que é dizer para as pessoas a minha opinião, as informações que eu tenho”, reverberou Cid Gomes.
O desembargador Gerardo Pontes Brígido, presidente do Tribunal de Justiça, assumiu o cargo, tendo em vista que o ex-vice-governador, Domingos Filho, pediu renúncia , no último dia 19 de agosto, para assumir o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios. O presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (Pros), também entrava na lista de sucessão, contudo, não pode assumir porque está em campanha eleitoral.
PREOCUPAÇÃO
Especula-se, nos bastidores, que o governador do Estado estaria preocupado com as pesquisas de intenção de voto, que mostra, até o momento, o seu principal adversário político, Eunício Oliveira (PMDB), com a melhor colocação. “Eu convivi, ao longo desses anos, muito com os dois principais candidatos ao Governo do Estado e sei que o melhor candidato, aquele que está melhor preparado, aquele que está na vida pública para servir e não para se tornar milionário, é o Camilo”, criticou o governador.
Apesar de o governador ter afirmando publicamente o pedido, o chefe do Executivo encaminhará um comunicado oficial para a Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE), informando sobre o período de licença. De acordo com o diretor do Departamento Legislativo da Casa, Carlos Alberto Aragão, o comunicado será transformado em um Decreto Legislativo, que será votado em plenário. A licença independe da aprovação dos parlamentares e tem efeito retroativo à data solicitada.
“O Governo não ficará acéfalo, à medida que eu tiro cinco dias, o presidente do Tribunal de Justiça ficará. É até uma forma de dar a um magistrado, a chefia do Executivo, para que depois não haja nenhuma acusação de que foi utilizada a máquina”, pontuou.