Após ter se licenciado do Governo, o chefe do Executivo cearense, Cid Gomes (Pros) cumpriu, ontem, seu primeiro evento de campanha pró-Camilo, junto com o candidato petista, e toda a cúpula de campanha da coligação governista, em um evento que reuniu milhares de correligionários e prefeitos de vários municípios cearenses. O encontro teve como objetivo discutir as estratégias que serão desenvolvidas na reta final, para eleger Camilo Santana ao Governo do Estado. O governador chegou ao evento dirigindo um carro do tipo Troller, trazendo os candidatos Camilo Santana e Mauro Filho (Pros), que disputa o Senado Federal, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros). O governador passou pelo meio dos convidados com o veículo e dirigiu-se ao palco, onde se encontrou com os demais apoiadores. De acordo com o secretário de Saúde, Ciro Gomes, até o próximo sábado (4), a coligação tem três missões para tentar ganhar a eleição. Entre elas, a mais urgente, “desmentir” para a população as informações divulgadas na propaganda de Eunício Oliveira que associam Camilo ao “escândalo dos banheiros”. “A primeira tarefa é, infelizmente nesse momento, desmanchar essa mentira grosseira que o Eunício Oliveira mentiroso, Pinóquio e desonesto fez com o Camilo. O Camilo é descente, nunca foi acusado de ter desviado um centavo de seu ninguém e a única razão de ele ter sido envolvido é porque na administração pública brasileira, é assim: quando ele assumiu depois do escândalo, seis meses depois, ele como secretário tinha a obrigação de tomar as providências e ele tomou. Por isso que ele tá envolvido no assunto”, afirmou. Segundo ainda Ciro Gomes, a segunda tarefa é reavivar, nesses últimos cinco dias, o conjunto de propostas de Camilo Santana. “E, por fim, provar ao Ceará que o Eunício não tem nenhuma moral e nem o mínimo preparo para servir um Estado tão complicado e tão amado quando o Ceará”, concluiu Ciro. Banheiros A polêmica envolvendo o desvio de dinheiro público na construção de kits sanitários, que não saíram do papel, através de convênios entre organizações não governamentais e a Secretaria das Cidades, em gestões anteriores à de Camilo Santana, foi o principal mote das entrevistas de aliados à imprensa. Questionado por repórteres se o Governo tinha sua “parcela de culpa” sobre o caso dos banheiros, o governador Cid Gomes foi enfático e respondeu que não. Contudo, salientou que: “Desvio de dinheiro é natural e é intrínseco ao serviço público. Desde quando existe dinheiro, existe quem procura roubar”. O governador ainda deu conta de que, “a diferença de um governo sério e um governo conivente, é que um governo sério, quando descobre, pune. E foi o que o Camilo fez”, afirmou. Defendendo Camilo, Cid ainda concluiu afirmando que antes de o escândalo ser denunciado, Camilo Santana já tinha demitido o responsável e tomado todas as providências. Desesperado “Isso para mim é uma extrema postura de desesperado, porque ele que disse desde o início da campanha que ia fazer uma campanha limpa, sem agredir ninguém, covardemente, utiliza a propaganda eleitoral dele, para insinuar que eu tenho algum problema com o escândalo dos banheiros”, disse Camilo Santana, contra seu adversário político, Eunício Oliveira. Camilo ressaltou que quem é acusado de desviar dinheiro público são os aliados que votam em Eunício, e citou o deputado estadual Teo Menezes e o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Teodorico Menezes, afastado do cargo após as denúncias. “Eles é que respondem criminalmente por formação de quadrilha, e são, hoje, apoiadores, articuladores e coordenadores da campanha de Eunício”, enfatizou o petista. Decepcionado “Pode até ser que o cearense não vote em mim, mas eu vou sair dessa eleição da mesma forma que entrei. Com um nome honrado, porque eu sou um servidor público, um pai de família e venho servindo o Estado do Ceará e não admito que vá sujar o meu nome e jogá-lo na lama”, disse Camilo, ao responder sobre se o escândalo havia prejudicado o desempenho de sua campanha. O petista ressaltou que está “decepcionado” e não escondeu sua “indignação” ao ter que responder as denúncias expostas por seu adversário na eleição.