Embora o PDT permaneça firme na base de apoio ao governo Cid Gomes (Pros), cresce no partido a tendência favorável ao lançamento de candidatos majoritários nas eleições do próximo ano. Com destaque para o deputado estadual Heitor Férrer como possível postulante à sucessão no Governo do Estado. A convenção estadual do PDT, realizada ontem, na Câmara Municipal de Fortaleza, marcou a recondução do deputado federal André Figueiredo à presidência do partido no Ceará, com Heitor e o também deputado estadual Ferreira Aragão como vice-presidentes.
Férrer garantiu que o fato de ser vice-presidente de uma legenda que ocupa cargo inclusive de secretário de Estado no governo Cid – na pasta do Trabalho e Desenvolvimento Social – não afeta sua condição de fiscal das ações do Poder Executivo. O deputado se esquivou de afirmações sobre disputar o governo em 2014, mas ressaltou que o partido tem condição de indicar uma posição majoritária, a partir de articulações nacionais e estaduais. Entre uma posição de governador ou de senador, Férrer assegurou que “o PDT obviamente optaria por uma vaga no Governo do Estado, que é melhor para o partido”.
O presidente André Figueiredo não apontou definições sobre a disputa. Discursando em um microfone histórico no partido – usado pelo fundador da sigla, Leonel Brizola – Figueiredo elogiou os deputados do PDT que, apesar de assediados, não mudaram de partido, com destaque para Heitor e Ferreira Aragão.
“Em 2014, vamos fazer uma nominata de deputados para mostrar que não precisam vir grandes nomes de outros partidos”, certificou André, após recordar as eleições de 2012, quando Férrer foi candidato à Prefeitura de Fortaleza. Disputa que o presidente estadual considera perdida por fraude nas pesquisas de intenções de voto que, segundo ele, deixaram o candidato do PDT fora do segundo turno – na apuração, Heitor apareceu com índice bem superior ao apontado pelos institutos de opinião pública.
Heitor diz que Campos telefonou três vezes para leva-lo ao PSBDurante a convenção de ontem do PDT, o deputado estadual Heitor Férrer afirmou que foi contatado três vezes pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, para se filiar ao partido e fazer parte do comando da sigla no Ceará. Segundo Heitor, o convite foi atrativo, mas a fidelidade ao PDT fez com que rejeitasse as investidas do PSB. “Meu nome fica completamente aberto e à disposição do PDT”, falou o deputado se referindo à possível disputa por cargo no Executivo.
O presidente da sigla, André Figueiredo, e também Heitor elogiaram a filiação de Marina Silva ao PSB. “Acho extremamente importante, porque o conteúdo do debate de 2014 será certamente aprimorado. A Marina e o Eduardo são uma chapa que merecem todo o respeito”, disse André. “Ela robustece muito a campanha do Eduardo Campos. O grande ganhador para disputa presidencial em 2014, nas últimas 24 horas, é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos”, enalteceu Heitor.
André Figueiredo não faz afirmativas sobre a manutenção da aliança com Cid e o novo partido do governador, o Pros. Apesar de destacar o fato de ser base aliada, André reiterou a existência de nomes no partido que possam disputar a sucessão de Cid. Já Férrer não confirmou a possibilidade de subir em um palanque com Cid Gomes, no próximo ano, mas frisou o compromisso com o Governo Federal e o Estadual, por causa de cargos em ministérios e secretarias estaduais. “Nós não somos crianças de não entender que esse compromisso existe. Como política é dinâmica, ela muda a cada instante”, completou o deputado estadual. (Jéssica Welma)
Saiba mais:
As especulações sobre a possível candidatura de Heitor Férrer ao cargo de governador começaram com os convites do PSB, antigo partido de Cid Gomes, aos opositores do atual governo – além do próprio Heitor, houve sondagem à ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT).
André Figueiredo destacou, durante a convenção, que os vereadores Iraguassú Teixeira e Didi Mangueira são nomes certos para disputar cargos de deputado estadual.
Sobre a acusação da revista Isto É de que Figueiredo teria envolvimento com contratos fraudulentos investigados pela Polícia Federal, o deputado ressaltou a indignação com a “irresponsabilidade” da publicação e afirmou que solicitou apuração do caso à Justiça.