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Quinta, 19 Setembro 2013 06:21

PSB deixa Governo Dilma e Cid diz que vai pensar sobre sair da sigla

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A vontade de Eduardo Campos se fez majoritária dentro do PSB, deixando o governador Cid Gomes isolado dentro do partido A vontade de Eduardo Campos se fez majoritária dentro do PSB, deixando o governador Cid Gomes isolado dentro do partido FOTO: SÉRGIO LIMA/FOLHAPRESS
  O PSB nacional deu novo passo rumo ao rompimento com o Governo Dilma Rousseff (PT) e resolveu, por meio de carta, entregar os cargos que ocupa no Executivo federal. A decisão foi formalizada ontem à tarde, em reunião da cúpula nacional e das direções estaduais da sigla. O governador do Ceará, Cid Gomes, que preside o PSB local, foi o único que se manifestou contra, tornando nítido seu isolamento no partido. Ele, que antes assegurava permanência no PSB em 2014, agora diz que avaliará possível saída. “Vou pensar. Há muito fígado e pouca razão”, afirmou Cid, em entrevista ao jornal Correio Braziliense. O que o cearense chama de “fígado” são as pretensões cada vez mais explícitas de uma candidatura própria do PSB à Presidência da República, encabeçada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Cid, por sua vez, defende a reeleição de Dilma. A carta do PSB foi entregue à petista em mãos, pelo próprio Campos. Conforme foi publicado no blog do jornalista Gerson Camarotti, de Brasília, o pernambucano disse que entregava os cargos para ter liberdade para discutir sua provável candidatura. “Tentaram carimbar o partido como fisiologista. O PSB nem tem o carimbo de fisiologista nem muda de lado”, teria dito Eduardo a Dilma, em conversa supostamente cordial. O futuro de Cid Definido o divórcio na esfera nacional, Cid será obrigado a mexer suas peças no Ceará, caso queira estar presente no palanque de Dilma. A legislação eleitoral proíbe que ele peça votos para a petista se o PSB tiver candidato próprio. A saída para esse impasse deverá ser definida nas próximas horas, em reunião do governador com a executiva estadual do PSB. O POVO apurou que uma das alternativas é que Cid se licencie do partido e, assim, fique livre para apoiar Dilma. A hipótese foi colocada por um interlocutor do governador que pediu para não ter a identidade revelada e também pelo deputado estadual Sarto Nogueira (PSB), líder do Governo na Assembleia Legislativa. Outra possibilidade é que o governador troque o partido por outra legenda, comprometida com a reeleição de Dilma. Tal hipótese também é estudada por deputados do PSB que não querem estar ao lado de Campos. Há cerca de duas semanas, Cid e o presidente da Assembleia, José Albuquerque (PSB), estiveram reunidos com o ex-vereador de Fortaleza João Batista, representante do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) – sigla que poderá ser formalizada na próxima semana. Batista disse que os dois conversaram sobre uma possível migração de membros do PSB à legenda. O prazo para essa decisão se encerra em 5 de outubro. Saiba mais A carta do PSB à Dilma aponta que, embora tenha decidido deixar o Governo, o PSB continuará na base de apoio da presidente no Congresso. Entre os cargos do PSB no Executivo federal estão o Ministério da Integração (Fernando Bezerra), a presidência da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (João Bosco), e a Secretaria Especial dos Portos (Leônidas Cristino), este último cearense e bastante ligado a Cid. Até a noite de ontem, Dilma ainda teria série de reuniões para tratar do desfecho da relação com o PSB.
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