De acordo com o laudo policial, “não foram encontrados vestígios que permitissem afirmar” que a conta do email pessoal do governador “foi acessada a partir do equipamento examinado, nem outros arquivos ou informações que atendam aos quesitos formulados”. Com isso, o juiz Roberto Duarte – o mesmo que expediu os mandados de busca e apreensão em abril – decidiu pela devolução do equipamento.
“Agora, vou entrar em contato com meu advogado em Brasília para processar todos, por abuso de poder político, abuso de autoridade, danos morais à minha pessoa e minha família. Vou processar um por um, do governador ao delegado”, afirmou Roberto Pessoa, um dos mais duros opositores do governador.
Ele disse ainda que Cid faz parte de “quadrilha” e que “há muito tempo espiona seus adversários e empresários”.
O notebook em questão foi apreendido no apartamento de Pessoa no dia 10 de abril. Na mesma operação, foram executados outros 12 mandados de busca e apreensão, inclusive no gabinete do vereador de Maracanaú, Miguel Pessoa (PR), primo do ex-prefeito. A investigação foi solicitada por Cid, que, à época, denunciou ser vítima de espionagem e informou que trechos de emails seus vazaram. O POVO apurou que os equipamentos de Miguel também deverão ser devolvidos, sem irregularidades verificadas.
A assessoria do Governo indicou para falar sobre o caso o novo superintendente da Polícia Civil, Andrade Júnior. O POVO não conseguiu contato com ele até o fechamento desta matéria.
Saiba mais
No dia 4 de abril, o deputado federal Eudes Xavier (PT) denunciou, na Câmara dos Deputados, suposta arapongagem praticada por Cid e outros membros do Governo contra Roberto Pessoa.
Dois dias depois, Cid foi à Assembleia, rechaçou a denúncia e disse que ele próprio é que estava sendo espionado. A Polícia Civil já investigava o caso. Em 10 de abril, foram apreendidos computadores de Pessoa e seu primo.
Dias depois, o juiz disse que um dos IPs que teriam invadido o email do governador apontava para o endereço do ex-prefeito. Ontem, o notebook de Pessoa foi devolvido sem constatação de fraude.