A presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde Mental e Combate à Depressão e ao Suicídio da AL, deputada Érika Amorim (PSD), explicou que a iniciativa visa conversar com jovens e adolescentes sobre a necessidade de cuidar da saúde mental e de expressar suas emoções. “Parabéns à Assembleia Legislativa por essa iniciativa que destaca o tema levando informações. Além de dialogar sobre o momento de pedir ajuda, a oficina forma uma rede protetiva, mostrando a necessidade de acolher e da empatia”, assinalou.

Durante o evento, os estudantes receberam uma cartilha informativa e assistiram a uma palestra das profissionais do Departamento de Saúde da Assembleia. A psicóloga do Núcleo de Saúde Mental, Karine Diógenes, explicou a necessidade de abordar o tema com os jovens para quebrar o tabu que existe envolto ao assunto. “Existe muito tabu para falar do suicídio, mas é um assunto necessário. A oficina, além de trazer esse tema e as diversas formas de entender os sentimentos e saber a hora de pedir ajuda, também aborda assuntos como a comunicação não violenta e índices e locais que prestam atendimento à saúde mental”, assinalou.

Para a psicóloga do Núcleo de Prática Sistêmicas, Isabel Martins, é importante que os adolescentes saibam organizar as suas emoções. “Abordamos com os alunos a necessidade de saber quando uma emoção está desordenada, como a tristeza, e a relevância de falar sobre esse assunto com a família e com os colegas. Não apenas dialogar como também ouvir com empatia aqueles que precisam. São atos assim que podem salvar a vida de uma pessoa”, apontou.

Raísa Gomes, advogada do Núcleo de Gestão de Conflitos, destacou que outro tema abordado na oficina é a comunicação não violenta e as formas de ajudar sabendo onde recorrer na busca de auxílio. “É importante que os jovens saibam que podem entrar em contato com os Centos de Atenção Psicossociais (Caps), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Centro de Valorização da Vida (CVV) e também Corpo de Bombeiros e Polícia Militar”, disse.

A diretora da escola, Caroline Nepomuceno, explicou a necessidade de discutir todos os meses a problemática do suicídio, não apenas durante o mês de setembro. “Os dados no Brasil são alarmantes. Hoje, no País, o suicídio é a segunda maior causa de morte entre adolescentes de jovens. É preciso trabalhar mais esse tema com as pessoas, mostrar a relevância de buscar ajuda e de ajudar, ouvir e socorrer aqueles que precisam”, afirmou.

A presidente do grêmio estudantil e aluna do 2° ano, Aline Moura, de 16 anos, salientou que os estudantes precisam ouvir a importância de cuidar da saúde mental. “Suicídio é um assunto pouco abordado, e muitos ainda têm vergonha de expressar suas emoções. Quanto mais ouvirmos falar da necessidade de conversar e se cuidar, mais preveniremos o suicídio”, frisou.

SETEMBRO AMARELO ITINERANTE

A Oficina Despertar é uma iniciativa dos servidores dos núcleos de Saúde Mental, de Mediação e Gestão de Conflitos e de Práticas Sistêmicas Restaurativas, vinculados ao DSAS da AL e voltados para práticas de autoconhecimento, autocuidado, aprendizagem da comunicação adequada e discussão sobre saúde mental.

A oficina conta com material de apoio próprio: a cartilha "Oficina Despertar", criada pelas profissionais do DSAS e publicada pelo Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp). A publicação apresenta informações sobre questões relevantes para a saúde mental, como autoconhecimento, resiliência, comunicação, relacionamentos, identificação de sentimentos e emoções e as formas de pedir ajuda.

Os municípios foram escolhidos para receber o evento através de índices do Ministério Público que levaram em consideração as maiores taxas de suicídio e depressão de cada cidade, na busca pela faixa etária que mais precisa ser ouvida.

Além de Baturité e Caucaia,  serão visitados os municípios de Quixadá (15/09), Sobral (20/09), Horizonte (22/09), Maracanaú (27/09), Cascavel (28/09), Aquiraz (29/08) e Fortaleza, com data e local ainda a definir.
GM/CG