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Live da Procuradoria da Mulher debate  culpabilização da vítima de violência - QR Code Friendly
Quarta, 14 Julho 2021 22:08

Live da Procuradoria da Mulher debate culpabilização da vítima de violência

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A Procuradoria Especial da Mulher (PEM) da Assembleia Legislativa realizou, nesta quarta-feira (14/07), live pelo Instagram @procuradoriadamulherce para discutir o tema “Violência contra a mulher e culpabilização da vítima”. O caso Pâmella Holanda – que tem repercutido nas redes sociais desde domingo (12/07), quando foram compartilhados vídeos das agressões sofridas por Pâmella pelo ex-marido – foi tema central do debate.

Pâmella foi agredida diversas vezes pelo ex-marido, o produtor musical Iverson de Souza Araújo, conhecido como DJ Ivis, na frente da filha de nove meses e da mãe. DJ Ivis foi preso nesta quarta-feira (14/07). A prisão preventiva havia sido pedida na terça-feira (13/07) pela Polícia Civil, tendo sido concedida nesta tarde pela Justiça.

A procuradora Especial da Mulher, deputada Augusta Brito (PCdoB), comentou que há várias Pâmellas espalhadas pelo Ceará e pelo Brasil, destacando que são muitas as mulheres que sofrem os efeitos do machismo estrutural e são colocadas na condição de ter que ‘lutar pelo casamento’. “Quem nunca ouviu esse tipo de comentário, essa estrutura machista que coloca a mulher em segundo plano? Porque ela não tem direito a ter vontade, ela não tem direito a ter escolhas”, criticou.

Laryssa Rodrigues, servidora da Procuradoria, pontuou que, pela condição biológica de engravidar, atribui-se à mulher o espaço doméstico. “Por isso, usam muito o termo violência doméstica. Enquanto ao homem é atribuído o espaço público e o papel de ser pai de família, chefe da casa, integridade, coragem e, infelizmente, agressividade”, explicou.

CULPABILIZAÇÃO 

Melina de Paula, também servidora da PEM, alertou para o ciclo da violência, constituído por três fases: a primeira, de criação da tensão; a segunda, do ato violento; a terceira fase, chamada de “lua de mel”, quando o abusador se mostra arrependido e promete mudar de comportamento. “Não é tão simples de sair como as pessoas pensam. Por isso, é muito importante a gente frisar que, quando a gente conhece alguém que passa por essa situação, acolha e não julgue. A pessoa não está naquele contexto adoecedor porque quer”, enfatizou.

Augusta Brito reiterou que a culpa nunca é da vítima e ressaltou a questão da dependência financeira, responsável por 65% dos casos de mulheres que retomam o convívio com o agressor, e também da dependência emocional. A deputada observou que o caso Pâmella Holanda despertou grande indignação na população, porém, segundo ela, é preciso que cada um se pergunte se não está reproduzindo esse machismo estrutural, seja na criação dos filhos ou na omissão diante de atitudes machistas.

Laryssa Rodrigues comentou que, às vezes, a culpabilização vem até de outras mulheres, em razão do machismo estrutural presente na sociedade. “Dizem: ‘ah, ela foi estuprada porque ela usava roupa curta, porque estava sozinha na rua à noite, porque tinha bebido’. Se fosse um homem, com certeza não haveria esses comentários”, assinalou.

A servidora da Procuradoria acentuou ainda que, muitas vezes, os próprios policiais e escrivães da delegacia não possuem treinamento sobre o tema. Conforme Laryssa, cerca de 60% dos casos de violência doméstica que chegam à delegacia são classificados pelos policiais como de menor importância. “Quando a vítima chega à delegacia e faz o B.O., ela não é bem acolhida e não tem escuta qualificada”, apontou.

ZAP DELAS

Também foi destacada, durante a live, a ferramenta Zap Delas, oferecida por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp e disponível pelo número (85) 9 9814-0754. Os atendimentos acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, e contam com servidoras capacitadas para identificar possíveis casos de violações contra mulheres e meninas. As usuárias recebem orientações iniciais e são encaminhadas para acompanhamento multidisciplinar da Procuradoria Especial da Mulher ou do órgão competente para tratar da demanda, conforme o caso.

Augusta Brito informou que, apesar de a Procuradoria não ter a função de investigar, prender ou punir casos de agressão à mulher, o órgão tem o papel de acolher a vítima e acompanhar o andamento do trabalho dos órgãos competentes. “E foi isso que a Procuradoria fez, enviando ofícios, entrando em contato não só com a delegacia, mas com o secretário de Segurança estadual, para que realmente se fizesse justiça e fosse punido o agressor”, relatou, referindo-se ao acompanhamento do caso Pâmella Holanda.

BD/CG

 

Informações adicionais

  • Fonte: Agência de Notícias da Assembleia Legislativa
  • E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
  • Twitter: @Assembleia_CE
Lido 628 vezes Última modificação em Quinta, 15 Julho 2021 14:45

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