O diretor executivo do Inesp, João Milton Cunha, comentou sobre o último contato que teve com o Gilmar de Carvalho, no dia 8 de março. Em mensagem enviada a ele pelo professor, Gilmar dizia: “O Inesp, para você, é para fazer coisas. Não é sinecura, não é cartão de visita. É para valer”. João Milton agradeceu o professor pelo seu grande legado à cultura cearense e por tudo o que ele representou e vai continuar representando para o Ceará e para o Brasil.

 

Durante o evento, foram exibidos vídeos e fotografias em memória ao jornalista. Em homenagem a Gilmar, a escritora Ana Miranda leu texto de sua autoria, intitulado “Flores de Gilmar”, publicado em 9 de abril de 2021 no jornal O Povo. “Gilmar é um tesouro cultural que nos pertence. Mestre dos mestres da cultura”, ressaltou.

 

O professor também recebeu homenagens do músico Moacir Bedê, com a apresentação da canção “Ingazeiras”, do cantor Ednardo, do qual Gilmar era grande fã, e do escritor e professor José Luís Lira, com declamação de poesia em referência à sua partida. “Sei que um dia o reencontro ocorrerá, e a saudade será alegria. Que Deus, em que acredito, te receba”, disse.

 

Para a pesquisadora e curadora de artes visuais, Dodora Guimarães, Gilmar foi, mais do que um amigo, um irmão. “Aquele irmão mais velho, que nos pega pela mão e nos mostra o mundo, que nos abraça e nos acolhe, nos abre os olhos. Gilmar foi, para mim, esse grande irmão”, contou.

 

Dodora também ressaltou a grande contribuição do professor para a cultura cearense, sendo ele responsável, segundo ela, pelo renascimento da xilogravura no Cariri e pelo mapeamento dos mestres invisíveis da cultura cearense. “Sempre que ocupou um espaço na imprensa, era sempre para falar do outro, para ressaltar novas descobertas. E esse legado do professor eu acho da maior importância, pelo número de sementes que Gilmar semeou nesse mundo da comunicação”, destacou.

 

O diretor de Comunicação Interna da AL, Salomão de Castro, também comentou sobre a importância de Gilmar de Carvalho em sua formação como jornalista. Ele enfatizou a generosidade com a qual Gilmar dividia seus conhecimentos, sempre preocupado com a evolução do outro. “Ele sempre almejava dos alunos que, embora trilhando caminhos profissionais dentro do mercado de trabalho, procurassem seguir a linha acadêmica dentro do que fosse possível”, relatou.

 

EXPOSIÇÃO VIRTUAL

 

A 1ª Exposição Virtual de livros das Edições Inesp reuniu uma série de vídeos – apresentados por categorias editoriais e de forma cronológica – que contam parte da trajetória de 32 anos de tradição em impressões do Inesp.

 

A apresentação ficou por conta do coordenador editorial Ernandes do Carmo, o coordenador de design Valdo Costa e a diagramadora Carolina Molfese.

 

Escritora publicada pelo Inesp, Aila Sampaio falou sobre o privilégio da convivência com Gilmar de Carvalho e elogiou o trabalho desenvolvido pelo Inesp, inclusive durante a pandemia. “Meu livro, ‘Literatura no Ceará’, tem me rendido muitos contatos. Sei que tem bastante acessos porque as pessoas me procuram. Havia uma carência muito grande de catalogação da cultura contemporânea, produzida aqui no Ceará, do que se faz em torno da literatura”, pontuou, agradecendo a João Milton pela publicação e divulgação da obra.

 

Para o historiador Airton de Farias, a perda de Gilmar de Carvalho deixa uma lacuna impreenchível no saber do Ceará. Airton também acentuou o trabalho do Inesp na publicação de duas obras de sua autoria: “Fortaleza”, lançado em 2011, e “Para Além das Armas”, lançado em fevereiro deste ano. “Muito feliz com a equipe fantástica, que não deve em nada a editora privada e é até melhor, talvez, porque o acesso ao público, o uso gratuito pela internet é fundamental”, frisou.

BD/CG