De acordo com o parlamentar, o direito sistêmico é uma nova forma de solucionar conflitos, agindo na raiz dos problemas e promovendo a paz aos envolvidos no processo, com base nos princípios do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger.

“Este é um trabalho interdisciplinar envolvendo recursos biopsicossociais, fazendo com que o Poder Judiciário amplie sua participação na comunidade e se integre à rede social. Através das constelações familiares, é possível obter uma solução consensual e pacificadora de conflitos, promover a cultura de paz e reduzir o número de processos, com um olhar inclusivo, humanizado e eficiente”, salientou.

Segundo o deputado estadual Leonardo Pinheiro (PP), a justiça sistêmica é uma tendência mundial que está fortalecendo-se no Estado do Ceará. “Ela traz uma alternativa tanto na solução quanto na prevenção dos conflitos, de forma menos onerosa, menos traumática e mais célere, contribuindo para trazer a paz social”, avaliou.

A consteladora Maria Isabel de Araújo Lopes comentou sobre o legado do psicoterapeuta Bert Hellinger, segundo o qual “sem reconciliação não há cura”. “Todo o trabalho das constelações e da visão sistêmica é reconciliar, é incluir o excluído, é dar para cada um o direito de pertencer”, explicou. Já Ana Tarna dos Santos Mendes, idealizadora do projeto “Olhares e Fazeres Sistêmicos”, afirmou que a justiça sistêmica é um convite para levar a todos um acesso à justiça consciente, humanizado e profundo, acentuando que uma sentença pode encerrar um processo, mas não o conflito.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/Ceará (OAB/CE), José Erinaldo Dantas Filho, avaliou que a OAB tem formado pessoas beligerantes e talhadas para embates, ressaltando a necessidade de passar a formar pessoas com uma visão de mundo mais ampla, capazes de regular a conduta humana. “O direito sistêmico é uma forma de a gente encontrar uma solução por meios não convencionais, pois é isso que o mundo atual exige”, pontuou.

O secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Ceará, Élcio Batista, parabenizou os homenageados por buscarem a solução de conflitos pela via da paz, e não da guerra, sobretudo em uma sociedade extremamente conflituosa. “Para que a gente seja capaz de construir uma sociedade pacífica e um conjunto de relações em que as pessoas possam conviver harmonicamente umas com as outras, precisamos de pessoas como vocês, capazes de articular uma série de conhecimentos para superar esse enorme desafio”, acentuou.

A juíza Maria das Graças Almeida Quental destacou o trabalho desenvolvido pelos consteladores no Fórum Clóvis Beviláqua, apontando que os resultados positivos desse trabalho já podem ser observados. Já a diretora do Fórum, juíza Ana Cristina de Pontes Lima Esmeraldo, ressaltou que os consteladores “são pessoas que são luzes e trazem para um ambiente de muito conflito a possibilidade de uma solução mais amena”, enquanto a vice-procuradora-geral da Justiça do Estado do Ceará, Vanja Fontenele, frisou que “qualquer nova metodologia que venha para a pacificação é muito bem-vinda”.

Foram homenageadas 26 pessoas durante o evento, entre as quais estão o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), Washington Luís Bezerra de Araújo; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/Ceará (OAB/CE), José Erinaldo Dantas Filho; a vice-presidente da OAB/CE, Ana Wládia Martins Feitosa; além de advogados, juízes, idealizadores e instituições que trabalham a Justiça Sistêmica.

Também participaram da solenidade o deputado estadual e líder do Governo na AL, Júlio César Filho (Cidadania), e a secretária estadual de Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos, Socorro França.

BD/CG