Lamarka informou que toda a poluição atmosférica do planeta pode ser dividida em natural e antrópica. O tipo natural, conforme observou, é aquele produzido pela própria natureza, por meio de erupções vulcânicas, tempestades de areia, solos e oceanos, enquanto o antrópico é aquele produzido pelo homem, por meio de atividades industriais, meios de transporte, geração de energia e outros.

“A poluição do tipo natural, entretanto, faz parte de um ciclo que consegue se manter e se estruturar para viver em equilíbrio”, afirmou. De acordo com ela, o ponto chave são as atividades poluidoras dos homens. “Tudo o que fazemos é um acréscimo a esse sistema natural, que entra em desequilíbrio quando acrescentamos nossos poluentes”, explicou.

Lamarka comentou o caso do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, cujo polo industrial lança partículas na atmosfera, gerando diversos problemas de saúde na população local. Para reduzir a quantidade de poluentes, a engenheira indicou a utilização de outras matrizes energéticas, como a eólica ou a solar. Ela alertou, entretanto, que a queima de carvão para a produção de energia ainda é necessária, mas deve ser utilizada de forma adequada.

O deputado Acrísio Sena (PT), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da AL, destacou outros desafios para o Ceará em termos de meio ambiente, para além da geração de energia. Segundo ele, a água é um tema básico e que está sempre em pauta. Ele destacou o que chamou de “estratégia de segurança hídrica” realizada pelo Governo do Estado, que inclui perfuração de poços profundos, transposição do rio São Francisco e uso consciente da água.

SEMINÁRIO

Outro tema de destaque, conforme o deputado, é o combate à desertificação no Nordeste brasileiro. Acrísio Sena informou que a Comissão de Meio Ambiente irá promover, no segundo semestre deste ano, um seminário regional com a participação de todas as assembleias do Nordeste, para debater a preservação do bioma Caatinga e o combate à desertificação.

O deputado Renato Roseno (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da AL, considerou o papel do Legislativo cearense no sentido de promover leis que incentivem práticas ambientais responsáveis e atividades voltadas para a educação ambiental para as gerações mais novas.

Sobre a questão dos desafios que o Ceará tem a enfrentar, ele considerou que o Estado precisa de atenção especial. Conforme observou, cientistas apontam que eventos extremos tendem a se agravar nos próximos anos. No caso do Ceará, as quadras chuvosas serão mais rigorosas, e as secas mais duradouras, havendo grandes chances de desertificação.

Para Roseno, os meios para reduzir esses impactos seriam a transição energética do Estado para matrizes renováveis, uma transição agroecológica que não dependa de agrotóxicos para a produção de alimentos e uma mobilidade urbana que aposte em veículos que não emitam gases poluentes.

O diretor da Diretoria Adjunta Operacional, Francisco Lindolfo, lembrou que o tema da Semana do Meio Ambiente deste ano foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU), inspirado nas grandes emissões de gases realizadas pela China. “Trata-se do país que mais polui no mundo inteiro e que realiza muitas políticas de redução de emissão de gases”, disse.

Durante o encontro, foram homenageados o colaborador da AL Paulo Sérgio Ferreira; o servidor Cláudio henrique Costa Martins; a coordenadora suplente da Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) da AL, Luana Ponte Paiva Dantas, e a diretora do Departamento Administrativo da AL, Lise Novais.

A Semana do Meio Ambiente está sendo realizada por meio da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido, Diretoria Adjunta Operacional (DAO) e Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho. O evento vai contar com palestras, audiência pública e campanhas de conscientização sobre a preservação ambiental e o consumo consciente. As programações seguem até sexta-feira (07/06).

Participaram ainda do debate, o presidente da Associação dos Servidores da Assembleia Legislativa, Luís Edson Correa, e o diretor da Diretoria Adjunta Administrativa Financeira, Marcus Vinícius Melo Cruz.
PE/LF