Os esportes eletrônicos, também conhecidos como e-sports, são atividades que envolvem jogos de videogame, computador e gadgets, como celulares. O deputado Nezinho Farias afirmou ser importante a informação sobre o assunto, pois há alguns anos os jogos eletrônicos eram considerados brincadeira e há também quem confunda com jogos de azar e de apostas, mas tem sido observado um crescimento mundial que gera muitos recursos, empregos e renda.

Ele apontou que há matéria sobre regulamentação tramitando no Senado Federal e em estados como São Paulo e Rio de Janeiro, já sendo regulamentada a prática na Paraíba. Para o parlamentar, a regulamentação permite que o Estado possa atuar no cenário amador e profissional do esporte eletrônico. “Regularizar o esporte já é um grande passo, tenho certeza que nós vamos trabalhar para que possamos ter um bom resultado”, comentou ainda.

O deputado Marcos Sobreira (PDT), presidente da Comissão de Cultura e Esportes da Casa, comentou que a prática esportiva eletrônica vem crescendo, ganhando adeptos e a AL não pode ficar inerte, devendo pautar o debate e buscar a regulamentação por meio do consenso e diálogo.

Rafael Arruda Maia, coordenador jurídico da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará (Secitece), afirmou que a discussão é inovadora no Ceará e que a regulamentação é necessária para que o estado não fique atrás no mercado. Para ele, a partir da regulamentação, é possível buscar projetos de incentivo à área dos esportes eletrônicos. 

Izequiel Norões, professor do curso de Jogos Digitais da Estácio e presidente da União Cearense de Gamers, ressaltou ser importante a visibilidade e o reconhecimento para o assunto e a cultura de jogos no Ceará. Ele apontou que, para além do mercado que movimenta milhões em recursos, é importante destacar a promoção da cultura, da inclusão, do engajamento em práticas esportivas que os esportes eletrônicos possibilitam.  

André Mesquita, diretor da União Cearense de Gamers, reiterou os esportes eletrônicos como espaços de participação, educação e inclusão. Ele comentou que 75,5% dos brasileiros consomem, em algum nível, jogos eletrônicos e, no caso da educação, 70% demonstram mais interesse em matemática através de jogos eletrônicos. “Quando se passa a enxergar os jogos de novas formas, todo mundo ganha”, disse.

O psicólogo Diego Gaspar apontou que videogames não podem ser taxados como responsáveis pela violência na sociedade, pois diversos fatores do contexto precisam ser levados em conta. Ele afirmou ser necessário debater o assunto, inclusive sobre os cuidados com os excessos.

Wanessa Wagner, gerente de comunicação do Studio Games Franchising, destacou os impactos econômicos dos esportes eletrônicos e a importância de haver o debate em nível estadual e federal. Ela indicou que a expectativa de movimento de recursos do setor em 2020 é de 1,5 bilhões de dólares com tendência de crescimento. Wanessa citou ainda a presença de empresas de diversas áreas com times oficiais e jogadores focados em crescer como profissionais nos esportes eletrônicos.

Moacyr Alves, presidente da ACI Games e diretor de negócios da Talents Expertis, indicou ser necessário ações efetivas para aproveitar o potencial do Brasil e do Ceará no setor. Ele comentou que o país possui 75,7 milhões de jogadores e a audiência dos esportes eletrônicos tem um crescimento expressivo e já chega a superar a das grandes ligas esportivas do mundo. “Se a gente souber aproveitar e fizer algo realmente eficiente, o Nordeste vira um polo”, disse.

Participaram ainda da audiência pública Kátia Maia, vice-prefeita de Horizonte;Itaciana Carneiro, vereadora de Horizonte; Paulinho da Cavalaria, vereador de Pacajus e Jô Farias, ex-primeira-dama de Horizonte.

SA/CG