Entre os cotados para presidir a Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) a partir do ano que vem, três nomes ganharam força nas últimas semanas: os deputados estaduais Evandro Leitão, Tin Gomes e o atual chefe da Casa, Zezinho Albuquerque - todos do PDT, partido com a maior bancada.
A cerca de dois meses da eleição, marcada para 1º de fevereiro de 2019, os postulantes já trabalham articulação com os parlamentares para se cacifarem na corrida pela chefia da mesa.
O POVO apurou que, nessas negociações, dois pré-candidatos reuniriam mais condições para chegar ao comando da Assembleia: Tin, que teria bom trânsito entre os colegas; e o próprio Zezinho, pelo capital construído ao longo de três mandatos na presidência.
A longa permanência nesse posto, no entanto, é definida como um entrave aos planos do pedetista. Em conversa com a reportagem, Zezinho disse que as discussões ainda estão se iniciando.
"Precisamos conversar muito com os presidentes de partidos, o governador, saber qual o pensamento de cada um", respondeu o deputado. "Estou procurando amigos, lideranças, pra ver se o melhor é eu continuar. Não há nada definido."
Nessa briga silenciosa, deputados ouvidos pela reportagem apontaram vantagem para Tin. "O governador disse que acolheria o nome consensualmente indicado pela Assembleia", falou um deles. "O Tin é o que tem mais proximidade entre a gente. É o mais simpático aos deputados."
Uma parlamentar ressalvou ainda que, para que Zezinho retirasse seu nome da disputa pela presidência da AL-CE, teria de ser compensado. "E seria uma recompensa alta", sugeriu, em seguida acrescentando que o pedetista poderia assumir uma secretaria no segundo mandato de Camilo. "Tudo depende da conversa", resumiu.
Ao O POVO, Tin admite que tem procurado deputados para tratar sobre a sua candidatura e que a reação "tem sido muito receptiva". Segundo ele, o mais importante é chegar a um nome que represente não apenas o PDT, mas a maioria da Casa.
"A intenção é evitar divisão, como aconteceu naquela outra vez", enfatizou, referindo-se à última eleição, quando a postulação do deputado Sérgio Aguiar (PDT) contra Zezinho abriu uma crise na base que teria como efeito direto a extinção do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) pela AL.
Desde a última segunda-feira, Camilo tem recebido os deputados da base para diálogos. Na próxima semana, o governador tem reunião acertada com o presidente estadual do PSD e deputado federal, Domingos Neto. Na pauta, está o espaço que a legenda pode vir a ter no novo desenho do secretariado do petista.
Atual presidente da sigla, Neto vai ceder o comando do PSD no Ceará para o pai, Domingos Filho.
O POVO tentou contato com o deputado Evandro Leitão, mas não obteve retorno.
HENRIQUE ARAÚJO