Você está aqui: Início Últimas Notícias Comissão de Direitos Humanos debate benefícios dos vínculos intergeracionais
A parlamentar ressaltou que, com aumento da expectativa de vida, é preciso romper com a imagem negativa da velhice. Para Rachel, com o distanciamento entre as gerações, perdem as crianças, os jovens e os idosos, que perdem chance de aprender e partilhar. “A sociedade estabelece, cada vez mais, espaços exclusivos para as faixas etárias, o que acaba criando um distanciamento, falta de convívio, resultando num desconhecimento dos direitos do outro”, declarou.
Rachel Marques informou ainda que apresentou na AL o projeto de lei 50/18, que institui 2018 como ano de valorização e defesa dos direitos da pessoa idosa. A iniciativa deverá trazer vários debates ao longo do ano.
A representante do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso, Marcelha Pinheiro, explicou que o Estatuto do Idoso traz garantias e direitos, mas não se vê isso na prática. Ela também citou números da violência contra idosos, que mostram que agressões contra eles se dão, na maioria dos casos, dentro da própria casa, e quem viola esse direito são os parentes próximos. Quando se trata de gênero, o maior número de violações é cometida contra mulheres.
"Cuidar e garantir que as crianças e adolescentes cresçam com cidadania e com seus direitos garantidos vai tornar essa criança um adulto cidadão. Ela vai valorizar o seu direito e o do outro e, certamente, o direito da pessoa idosa”, ressaltou Marcelha.
Para Joseane Costa Soares, representante do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso, o convívio entre gerações é uma importante estratégia de combate à violência, de fortalecimento do respeito e da cidadania. Para ela, “falar sobre intergeracionalidade é falar de cada um de nós”.
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB-CE, Mirella Correia, destacou que o Estatuto da Criança e do Adolescente é uma das legislações mais avançadas do mundo, mas não é sempre colocado em prática. “A sociedade precisa fazer valer o que diz a legislação. Uma política pública organizada pode mudar a realidade”, enfatizou.
Segundo Dante Christino, do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa, nas comunidades primitivas o idoso era considerado uma referência social e valorizado por sua sabedoria. “É preciso mudar estigma de idoso inútil, deficiente. As escolas e gestores públicos devem tornar o idoso pauta nas escolas. É importante também que a Previdência dê dignidade”, enfatizou.
Também estiveram presentes ao debate o representante da Defensoria Pública, Daniel Leão; Rafael Franco, da Comissão de Direitos da Pessoa Idosa da OAB-CE; e Ingrid Rochele Rêgo, do Sesc Ceará.
JM/LF