Na tarde desta quarta-feira, foram mais de 24 relatos partilhados nas sessões, divididas nos eixos meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, agropecuária, segurança hídrica e saneamento. As sessões temáticas acolhem indicativos de experiências variadas realizadas no bioma da Caatinga e debates sobre as possibilidades de serem replicadas. As apresentações acontecem no anexo II da Assembleia Legislativa.

No eixo segurança hídrica e saneamento, o diretor geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), Ângelo Guerra, apresentou histórico de atuação do órgão no semiárido e ações nos anos de estiagem que a região enfrenta. Entre as ações citadas estão o estudo de áreas de desertificação, o projeto de transposição de bacias, a recuperação e modernização dos projetos públicos de irrigação, a perfuração de poços e a implantação de adutoras.

Dois pontos destacados pelo diretor do Dnocs como ações futuras foram o desenvolvimento de parceria com o Ministério do Meio Ambiente, para viabilizar a implantação das unidades de recuperação de áreas degradadas (URAD) no semiárido e a habilitação com o Ministério da Integração Nacional para que o Dnocs seja o operador do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). Para Ângelo Guerra, o Dnocs é “o órgão federal mais competente” para gerir o projeto.

Henrique Lima César, produtor do município de Santo Inácio (PI), partilhou o longo caminho percorrido para que conseguisse efetivar o cultivo em sua comunidade. Egresso de uma escola família agrícola (EFA), Henrique foi selecionado para a implantação de uma Unidade de Segurança Produtiva Solar, que usa o sistema de irrigação por gotejamento com bombeamento por meio de energia solar.

O projeto, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), possibilita que Henrique e sua família produzam feijão-caupi, batata-doce e macaxeira biofortificadas, entre outros. Segundo Henrique, ao vender os produtos nas cidades vizinhas, ele percebeu a necessidade de que alguns deles fossem processados para melhor aceitação, fazendo assim com que surgissem derivados dos cultivos.

Também foram apresentados, na sessão temática segurança hídrica e saneamento, dois projetos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh): “Prospecção geofísica aplicada à hidrogeologia visando à locação de poços tubulares profundos no semiárido”, por Zulene Almada, e “Alocação negociada de água nos açudes do semiárido”, por Ubirajara Patrício da Silva. De Pernambuco, Edneida Rabêlo Cavalcanti apresentou o Projeto Águas de Areias, da Associação Águas do Nordeste (ANE), que atua na bacia do rio Capibaribe.

Ao longo do dia, também aconteceram palestras, apresentações artísticas e a Feira dos Saberes e das Culturas da Caatinga no auditório Murilo Aguiar, no anexo II e no hall da AL. O evento temrealização da Assembleia Legislativa, por meio do Conselho de Altos Estudos e do Governo do Estado, através da Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e Instituto Agropolos.
SA/LF