A reaproximação entre o governador Camilo Santana e o senador Eunício Oliveira (PMDB) tem sido assunto principal em diferentes rodas de políticos. Aliados e opositores levaram, ontem, o tema à tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará e divergiram sobre a possível aliança visando o pleito de 2018.
Minimizando o resultado da possível articulação eleitoral, o deputado Fernando Hugo (PP) saudou a união e ressaltou os benefícios para o Estado.
“É ótimo quando os governos dão as mãos para trazer desenvolvimento para a cidade. Virgílio Távora, eleito pela União pelo Ceará, também realizou esse gesto, no início da década de 1960. E foi o primeiro governador a fazer planejamento, gerando obras e programas sociais, educativos e de saúde. Agora essa parceria de Camilo e Roberto Cláudio ufana todos os fortalezenses”, frisou ele.
O parlamentar lembrou que, na última sexta-feira (17), Camilo e o prefeito Roberto Cláudio receberam o peemedebista durante apresentação de ações que serão efetivadas em Fortaleza, “unindo Prefeitura, Governo do Estado e Governo Federal”.
De acordo com Fernando Hugo, “algumas pessoas não entenderam o evento, que envolveu forças políticas até então consideradas antagônicas”. “Mas é uma dádiva da política a presença de Eunício Oliveira, que quer o melhor para a cidade e para o Estado”. Mesmo inquietando os adversários políticos, o Ceará e Fortaleza têm muito a lucrar”, acrescentou ele.
O deputado lembrou que Eunício transita em todas as instâncias do Congresso e do Palácio do Planalto e, por isso, a parceria poderá trazer muitos lucros para o eixo administrativo do Estado.
“É um consórcio de cearensidade máxima, com projetos sendo operacionais pela Prefeitura e Governo do Estado”.
“Bons Frutos”
O deputado Ely Aguiar (PSDC) disse esperar “que acordo gere bons frutos”. “Quero saber se Lula for candidato em quem o governador irá votar”, questionou.
Gony Arruda (PSD) enfatizou ser “uma satisfação ter visto dois homens públicos estarem juntos em prol da coletividade e do bem-estar da população cearense”.
Para o deputado Odilon Aguiar (PMB), há falta de coerência nessa possível união. “É louvável a iniciativa de Eunício Oliveira. Mas, vejo que foi um erro do senador, confundindo o eleitor, em não adotar um lado”, pontuou ele, acrescentando “a cobrança pela coerência é uma força que reverbera em todo o País, e falta muita credibilidade na classe política”.
“Injustificável”
Já o deputado Renato Roseno (Psol) manifestou indignação com a aproximação política e a possível aliança envolvendo os grupos de Camilo Santana e do presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Segundo o parlamentar, deputados subiram à tribuna da Casa “tentando justificar o injustificável e explicar o inexplicável, que é a possibilidade de aliança entre grupos até há pouco tempo adversários”.
Para Renato Roseno, o descrédito na política brasileira vem pelo desalento da sociedade brasileira em relação a seus representantes. O deputado acrescentou que a coerência é um dos pontos mais cobrados pelo povo.
“Não há nada mais incoerente e repugnante do que essa aliança, em que antigos adversários agora estão unidos pela partilha da riqueza do Estado”, apontou o deputado.
Ainda segundo ele, “não há aliança pelo bem do Ceará, mas sim por interesses próprios e a manutenção de postos no aparato estatal, mas o povo não é bobo e vai repudiar isso veementemente”.