A iniciativa, que tem gerado grande debate, já é pauta em avaliação no Congresso Nacional e no Ministério de Integração Nacional. A ideia é que o rio, com 2.416 quilômetros de extensão, seja interligado até chegar na barragem de Sobradinho, onde alcançaria e revitalizaria o São Francisco – curso de água também em transposição –, auxiliando na tarefa de abastecer o Nordeste.
O professor Renato Sílvio Frota tem se debruçado sobre o assunto a partir da experiência internacional de transposição de bacias, incluindo o bem-sucedido caso da China, onde duas operações foram feitas para levar água do sul úmido ao norte seco.
Segundo o pesquisador, a transposição do Tocantins é uma necessidade da região Nordeste, diante dos possíveis colapsos de falta de água nos grandes centros urbanos, como Fortaleza, e da incapacidade do São Francisco de garantir a segurança hídrica da região. Ele alerta, no entanto, que é necessário elaborar estudos que dimensionem os impactos socioambientais do projeto.
O professor explica que a vazão do São Francisco é de apenas 2.900 m³ por segundo, dos quais 26 m³ serão aproveitados para o Nordeste e divididos entre estados dos eixos leste e norte. Para o Ceará, apenas cerca de 8 m³ por segundo serão disponibilizados, incapazes de suprir a necessidade até mesmo da Região Metropolitana, atualmente de 9,3 m³ por segundo.
Já o Tocantins tem uma vazão média de 13.600 m³ por segundo. O argumento é que, se 50 m³, por exemplo, fossem retirados para a transposição, haveria pouco impacto no rio originário, mas já seriam capazes de aumentar consideravelmente a vazão do São Francisco, o que resolveria boa parte do problema de abastecimento das regiões Norte e Nordeste.
Com produção de Helenir Medeiros e apresentação do jornalista Renato Abreu, o Questão de Ordem vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 19h30. A reprise acontece às 7h do dia seguinte. O programa também é transmitido pela FM Assembleia (96,7 MHz), de segunda a sexta-feira, às 22h.
BD/CG