Deputados cearenses acreditam que pouca coisa irá mudar com a Reforma Política em discussão no Congresso Nacional para o pleito do próximo ano. Com a derrota da proposta de "distritão" e o fim das coligações proporcionais valendo apenas para 2020, partidos políticos já estariam se organizando para continuar as atividades como já faziam em pleitos passados, visto que as alterações deverão ser mínimas para 2018.
Para Roberto Mesquita (PSD), a discussão no Congresso, apesar da rejeição ao "distritão", está na contramão do que quer o eleitorado. "Essa história que se chegou a apresentar, de juntar um com o outro para fazer casamento de aparências, não é o ideal. Coligar é somar ideias, não dá para juntar na mesma coligação pessoas totalmente antagônicas", criticou.
Capitão Wagner (PR) corroborou com o colega, afirmando que nada substancial deve ser aprovado para 2018. "Se houvesse 'distritão' ou fim das coligações em 2018 talvez houvesse alguma mudança, mas acredito que para a próxima eleição teremos pouca ou quase nenhuma modificação", disse.
O deputado Manoel Santana (PT), por outro lado, opinou que o interesse que une todos os congressistas diz respeito apenas ao financiamento das campanhas eleitorais. Segundo ele, o sistema tem favorecido campanhas ricas daqueles que têm o controle da máquina partidária e essas ações devem ser proibidas com fiscalização mais isenta. O petista também afirmou que, substancialmente, nada foi modificado para o próximo pleito.
Estratégias partidárias
Sérgio Aguiar (PDT) opinou que os partidos vão se preparar como já vinham fazendo, sem alteração nas tratativas. "O que a gente percebe é que o grande problema na crise tem sua raiz nas tratativas de apoios partidários para tempo de TV e outras coisas. Portanto, neste caso, se o Congresso não tomar uma decisão, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai tomar", disse.
João Jaime (DEM) também demonstrou descrença em uma mudança mais substancial, ressaltando que, permanecendo as coligações proporcionais para o próximo ano, tudo continuará como estava, atendendo conveniências partidárias. Já Elmano de Freitas (PT) foi mais comedido e disse que vai aguardar a votação final no que diz respeito às coligações proporcionais e à cláusula de barreira que, para ele, "é importante para darmos espaço e estrutura a quem tem legitimidade", defendeu.